quarta-feira, 24 de agosto de 2011
AS LÍNGUAGENS DO AMOR-P/07
AS LÍNGUAGENS DO AMOR-P/07
Os sinos tocam, e iniciamos o processo da descoberta de quem é aquela pessoa. No primeiro encontro pode ser servido um hambúrguer ou um belo churrasco, dependendo do nosso orçamento, mas nosso real interesse não é a comida. Entramos em uma empreitada para conhecer o amor. “Será que esse sentimento ardente, borbulhante dentro de mim pode ser algo real?” Algumas vezes essas borbulhas desaparecem logo no primeiro encontro, ao descobrirmos que ela, ou ele, funga. Dessa forma, as borbulhas escorregam por nossos dedos e não queremos mais comer hambúrguer com aquela pessoa. Outras vezes, porém, as borbulhas aumentam mais ainda, após aquele lanche. Arrumamos vários outros encontros e, pouco tempo depois, o nível de intensidade chega a ponto de afirmarmos: “Acho que estou apaixonada (o)!” Pensando que o sentimento é algo real, contamos à outra pessoa esperando que isso seja recíproco. Se não é, as coisas dão uma esfriada, ou então redobramos nossos esforços para impressionar e acabamos, eventualmente, conquistando o amor de nosso (a) amado (a). Quando há reciprocidade começamos a falar sobre casamento, porque todos concordam que estar apaixonado é um alicerce necessário para se manter um bom casamento.
Nossos sonhos, antes de
nos casarmos, são de êxtase
conjugal... É difícil pensar-se
qualquer outra coisa, quando
estamos apaixonados.
Nesse patamar, estar apaixonado (a) é uma experiência eufórica. Um fica emocionalmente obcecado pelo outro. Dorme-se pensando nele (nela). Levanta-se e aquela pessoa é a primeira coisa que nos vem à mente. Ansiamos por estar juntos. Gastar tempo um com o outro é como estar na antecâmara do céu. Quando andamos de mãos dadas, é como se nossos corações batessem no mesmo compasso. Beijaríamos um ao outro para sempre, se não tivéssemos de ir à escola ou ao trabalho. O abraçar estimula sonhos de casamento e êxtase. O rapaz apaixonado tem a ilusão de que sua amada é perfeita. A mãe pode ver falhas, mas ele, não. A mãe diz: Querido, você já considerou o fato de que ela esteve em tratamento psiquiátrico durante cinco anos? Ele, porém, replica: Oh, mãe, dá um tempo! Já faz três meses que ela está de alta. Seus amigos também vêem algumas falhas, mas não se atrevem a dizer nada, a menos que ele peça, e as chances disso acontecer são inexistentes porque, em sua cabeça, ela é perfeita e o que os outros pensam, não lhe importa. Nossos sonhos, antes de nos casarmos, são de êxtase conjugal: Vamos fazer um ao outro superfelizes. Outros casais podem discutir e brigar, mas isso não acontecerá conosco! Nós nos amamos. Naturalmente, não ficamos de todo enganados. Sabemos, ao utilizar o racional, que teremos algumas diferenças. Porém, temos certeza de que conversaremos abertamente sobre elas, um de nós cederá e assim chegaremos a um denominador comum. É muito difícil pensar algo diferente quando se vive um clima de paixão. Somos levados a acreditar que, se realmente estivermos apaixonados, esse amor durará para sempre. Os maravilhosos sentimentos dos quais partilhamos no momento nos acompanharão até o fim de nossas vidas. Nada se interporá entre nós. Estamos enamorados e aprisionados pela beleza e charme da personalidade um do outro. Nosso amor é a melhor coisa da qual já desfrutamos. Notamos que alguns casais chegaram a perder esse sentimento, mas isso nunca acontecerá conosco. Fazemos, portanto, a seguinte colocação:
“É possível que eles nunca tenham sentido um amor verdadeiro como o nosso!” Infelizmente, a eternidade da paixão é uma ficção e não um fato. A psicóloga Dorothy Tennov desenvolveu longos estudos sobre este fenômeno. Após estudar os comportamentos entre os casais, ela concluiu que o tempo médio de extensão da obsessão romântica é de dois anos. Se a paixão foi um fruto proibido, talvez dure um pouco mais. Eventualmente, todos nós descemos das nuvens e pisamos com nossos pés em terra novamente. Nossos olhos abrem-se e passamos a enxergar as “verrugas” da outra pessoa.
TEM CONTINUAÇÃO DIARIAS.
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