Em épocas difíceis, mais do que em qualquer outra, precisamos nos
sentir amados. Nem sempre devemos mudar as situações, mas podemos superá-las se
nos sentirmos amados. Todos os casamentos atravessam crises. A morte dos pais é
inevitável. Acidentes automobilísticos aleijam e matam centenas de pessoas
anualmente. Enfermidades não respeitam ninguém. Desapontamentos fazem parte da
vida. A coisa mais importante a ser feita por seu cônjuge quando este
atravessar alguma crise na vida, é amá-lo. Se a primeira linguagem do amor de
seu (sua) esposa (a) for o “Toque Físico”, nada será mais importante do que
abraçá-lo (a) quando ele (a) chorar. Suas palavras talvez não tenham muita
importância, mas o toque físico comunicará que você se preocupa com ele(ela).
As crises propiciam uma oportunidade singular para se expressar amor. Toques
afetuosos serão lembrados muito tempo ainda após as dificuldades terem passado.
Porém, a ausência de seu toque talvez jamais seja esquecida. Em uma ocasião,
conheci Pedro e Patricia. Meu seminário fora promovido pela igreja local, e no
percurso do aeroporto para a igreja o pastor comunicou-me que Pedro e Patricia
haviam solicitado que eu passasse a noite na casa deles. Procurei demonstrar
contentamento, mas sabia de experiências anteriores que aquele tipo de
solicitação implicaria em uma sessão de aconselhamento até altas horas da
madrugada. No entanto, eu me surpreenderia mais de uma vez naquela noite.
Quando o pastor e eu adentramos aquela espaçosa casa estilo espanhol, decorada
com muito bom gosto. Ao olhar ao redor pude aferir que ou os negócios de Pedro
iam muito bem, ou seus pais deixaram-lhe uma grande fortuna, ou ele estava
enterrado em dívidas. Depois descobri que meu primeiro palpite estava correto.
Pedro chegou logo depois e comemos um delicioso lanche. Ficou combinado que
jantaríamos após o seminário. Várias horas mais tarde, enquanto ceávamos, eu
aguardava o momento em que a sessão de aconselhamento começaria. Mas não
começou. Ao contrário do que imaginei, Pedro e Patricia formavam um casal
saudável e feliz. Para um conselheiro isso é uma raridade. Estava curioso para
descobrir qual era o segredo deles, mas me encontrava exausto, e como sabia que
ambos me levariam no dia seguinte ao aeroporto, decidi fazer minha sondagem ao
amanhecer. Eles, então, conduziram-me a meu quarto. Após uma rápida reflexão
sobre aquele dia, adormeci. Pastor, já cursei vários seminários mas nunca ouvi
alguma descrição tão clara a respeito de Patricia e de mim como a que o senhor
fez. A linguagem do amor é realmente uma verdade. Não vejo a hora de lhe contar
nossa história!” Após despedir-me das pessoas presentes ao seminário, saímos a
caminho do aeroporto, em nosso percurso de aproximadamente 45 minutos. Pedro e
Patricia começaram, então, a contar-me sua história. Nos primeiros anos de seu
casamento tiveram grandes problemas. Porém, 22 anos atrás, seus amigos
disseram-lhes que eles formavam o casal perfeito. Pedro e Patricia realmente
acreditavam que seu matrimônio “fora realizado nos céus”. Eles cresceram na
mesma comunidade, freqüentaram a mesma igreja e estudaram no mesmo colégio.
Seus pais tinham estilos de vida e valores semelhantes. Pedro e Patricia
apreciavam muitas coisas em comum. Ambos gostavam muito de jogar tênis, velejar
e sempre conversavam a respeito de como possuíam os mesmos interesses. Eles,
aparentemente, tinham todas as similaridades que se acredita necessários para
se diminuir os conflitos em um casamento. Começaram o namoro no segundo ano da
faculdade. Faziam cursos diferentes, mas davam sempre um jeito de se encontrar
pelo menos uma vez por mês e em algumas ocasiões especiais. Ainda na escola
estavam convencidos de que “haviam nascido um para o outro”. Ambos, no entanto,
concordaram em terminar a faculdade antes de se casarem. Pelos três anos
seguintes tiveram um relacionamento idílico.
TEM CONTINUAÇÃO DIARIAS.
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