segunda-feira, 22 de outubro de 2012

AS LÍNGUAGENS DO AMOR-P/40



                                               AS LÍNGUAGENS DO AMOR-P/40        


Um final de semana ele a visitava em seu campus, e no outro era a vez dela retribuir a visita dele. No final de semana seguinte eles iam para suas casas visitar suas famílias, mas a maior parte do tempo também ficavam juntos. No quarto final de semana de cada mês, no entanto, ambos concordaram que não se veriam e utilizariam o tempo para desenvolver atividades de seus interesses pessoais. Com exceção de eventos especiais como aniversários, realmente respeitavam esse planejamento. Três semanas após receberem seus diplomas, ele em economia e ela em sociologia, casaram-se. Apareceu uma ótima chance de emprego para Pedro. Eles estavam a 3.200 quilômetros de distância do parente mais próximo, e podiam desfrutar de uma eterna lua-de-mel. Os primeiros três meses foram emocionantes mudar, achar um apartamento e curtir um ao outro. O único motivo de conflito que tinham era a louça para lavar. Pedro achava que ele possuía uma técnica mais eficiente para aquela tarefa. Patricia, no entanto, não concordava com aquela idéia. Chegaram, então, a conclusão de que quem fosse lavar a louça, utilizaria a forma que desejasse. E aquela discussão foi desfeita. Eles tinham uns seis meses de casamento quando Patricia achou que Pedro estava se afastando dela. Trabalhava horas além do expediente normal e, ao chegar em casa, gastava tempo demais no computador. Quando finalmente conseguiu manifestar a sua desconfiança a Pedro, ele respondeu que não a estava evitando, mas sim tentava manter-se no auge de seu emprego. Disse também que ela não compreendia a pressão que ele sofria em seu trabalho, e quão importante era que ele se saísse bem no primeiro ano de atividade. Patricia não ficou muito satisfeita, mas resolveu dar-lhe o espaço solicitado.
Ao final do primeiro ano, Patricia estava desesperada.
Patricia fez amizade com diversas senhoras que moravam no mesmo condomínio onde ela residia. Quando sabia que Pedro trabalharia até mais tarde, fazia compras com suas amigas ao invés de ir direto para casa após o trabalho. Algumas vezes ela ainda estava ausente quando ele chegava. Aquilo o aborrecia muito e ele passou a acusá-la de negligência e irresponsabilidade. Patricia respondia: Parece o roto falando do rasgado! Quem é o irresponsável? Você não se dá ao luxo nem de me telefonar para avisar a que hora chegará em casa... Como eu posso esperá-lo, se nem ao menos sei quando virá?! E, quando chega, fica o tempo todo colado naquela droga de computador. Você não precisa de uma esposa; tudo o que necessita é de um computador. Pedro, então, respondeu em um tom de voz mais alto:Eu pre-ci-so de u-ma es-po-sa. Será que você não entende? O ponto é exatamente esse. Eu pre-ci-so de u-ma es-po-sa! Mas Patricia não conseguia entender. Ela estava muito confusa. Em sua busca por respostas foi a uma biblioteca pública e leu vários livros sobre casamento. Ela pensava: “O casamento não pode ser desse jeito! Eu tenho que achar uma resposta para a nossa situação”. Quando ele ia para o computador, ela pegava firme no livro. Durante várias noites lia direto até meia-noite. Pedro, ao se deitar, percebia o que ela fazia e lá vinham comentários sarcásticos, do tipo: Se você tivesse lido todos esses livros quando estava na faculdade, teria tirado A em todas as matérias! Patricia respondia: Só que eu não estou na faculdade. Encontro-me casada e, no momento, ficaria muito satisfeita com um “C”! Pedro então ia para a cama sem abrir mais a boca; apenas a olhava. Ao final do primeiro ano, Patricia estava desesperada. Ela já falara com Pedro sobre isso, mas dessa vez comunicou-lhe calmamente: Vou procurar um conselheiro conjugal. Você gostaria de ir comigo? Pedro então respondeu: Não preciso de um conselheiro conjugal. Não tenho tempo para isso e nem posso pagar uma consulta! Então, eu vou sozinha disse Patricia. Tudo bem, é você mesmo quem precisa de conselhos.
TEM CONTINUAÇÃO DIARIAS.

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