Desta vez, ao entrar em meu escritório, ele estava visivelmente
perturbado. Não era mais o homem calmo e controlado que eu vira anteriormente.
Sua amante começava a descer das nuvens e a observar coisas que não apreciava
em Breno. Ela se esquivava do relacionamento sexual e ele estava desesperado.
Lágrimas vertiam de seus olhos. Ele disse-me o quanto ela significava para ele
e o quanto estava sendo insuportável passar por aquela rejeição. Ouvi,
condoído, sua história durante uma hora inteirinha, até que ele pediu meu
conselho. Disse-lhe que compreendia seu sofrimento, e a dor emocional que ele
experimentava era natural de uma perda, e aquele tipo de sofrimento não passava
da noite para o dia. Expliquei-lhe, também, que aquela experiência era
inevitável. Lembrei-lhe da natureza temporária da paixão, e que cedo ou tarde
ela despenca-se das alturas para o mundo real. Alguns passam por isso até antes
do casamento; outros, após. Ele concordou que era melhor agora do que mais
tarde. Aproveitei a oportunidade para sugerir que talvez aquela crise fosse uma
boa oportunidade para que ele e sua esposa fizessem um aconselhamento conjugal.
Eu o lembrei de que o amor emocional verdadeiro e duradouro é uma escolha e
este poderia renascer, se ele e sua esposa aprendessem a amar um ao outro na
linguagem certa de cada um. Ele concordou em ter o aconselhamento conjugal, e
nove meses mais tarde Breno e Bete deixaram meu escritório com o matrimônio
renovado. Quando, há três anos, vi Breno, ele contou-me que seu casamento ia
muito bem e agradeceu-me novamente por tê-lo ajudado naquela fase tão crucial
de sua vida. Disse-me que a dor pela perda do outro amor durou ainda uns dois
anos. Depois, sorriu e disse:“Meu “tanque” nunca esteve tão cheio e Bete é a
mulher mais feliz que o senhor já conheceu!” Ainda bem que Breno foi
beneficiado por aquilo que chamo de desequilíbrio da paixão. As coisas são
assim mesmo... Dificilmente uma pessoa apaixona-se no mesmo dia que a outra e,
quase nunca, desapaixonam-se juntas também. Não é necessário sermos cientistas
sociais para chegarmos a tal conclusão. Basta ouvirmos as músicas sertanejas.
Neste caso específico, a amante de Breno desapaixonou-se em tempo muito
oportuno! Nos nove meses em que aconselhei Breno e Bete, trabalhamos com vários
conflitos que eles jamais haviam parado para resolver. A chave, porém, para o
renascer daquele casamento, foi a descoberta da primeira linguagem do amor um
do outro e a escolha de aprender a falá-la freqüentemente.
Quando determinada atitude
não é espontânea em você,
torna-se uma expressão de
amor muito maior.
“O que fazer se a primeira linguagem de nosso cônjuge não for algo
natural a nós?” Sempre me fazem essa pergunta em meus seminários e a minha
resposta é: “E que problema haverá nisso?” A linguagem do amor de minha esposa
é “Formas de Servir”. Uma das coisas que sempre faço para ela como expressão de
meu amor é passar o aspirador na casa. Vocês acham que fazer isso é algo
natural para mim? Minha mãe costumava mandar que eu limpasse a nossa
residência. Durante o tempo todo de escola, até o final do colegial, eu não
podia ir jogar bola aos sábados enquanto não terminasse de limpar a casa toda.
Naquela época eu dizia para mim mesmo: “Quando eu me casar, nunca mais vou
tocar em um aspirador! Vou arrumar uma esposa que faça isso!” Hoje, no entanto,
limpo nossa casa e faço-o freqüentemente. Existe somente uma razão para isso:
Amor. Por dinheiro algum eu limparia qualquer outra residência; mas faço o que
faço por amor. Daí, conclui-se que, quando você precisa fazer algo que não é
natural para si, essa expressão de amor torna-se muito maior e mais
significativa. Minha esposa sabe que, quando limpo a casa, aquilo é nada menos
que 100% do mais puro e genuíno amor, e realmente assumo o crédito disso!
Alguém pode chegar e dizer o seguinte: “Mas Pastor isso é
diferente! Eu sei que a primeira linguagem de meu cônjuge é o “Toque Físico”,
mas eu não estou acostumado (a) a isso. Nunca vi meus pais se abraçarem e eles
também nunca me afagaram! Eu não sei nem como começar. O que eu faço?” Minha
resposta é a seguinte: “Você tem duas mãos? Consegue colocá-las juntas? Ótimo!
Agora imagine que seu cônjuge esteja no meio do círculo formado por seus
braços. Puxe-a (o) até você. Aposto que se abraçá-la (Io) três mil vezes,
ficará mais confortável continuar a fazê-lo. Mas conforto não é a questão.
Falamos sobre amor, algo que se faz para outra pessoa e não para nós mesmos. A
maioria de nós faz, diariamente, muitas coisas que não são naturais. Para
alguns, o próprio levantar pela manhã já é algo difícil. Porém, lutamos contra
nossos sentimentos e saímos da cama. Por quê? Acreditamos que algo naquele dia
compensará aquele “sacrifício”. E, normalmente, antes que o dia termine,
sentimo-nos bem por termos tomado aquela decisão. Nossas ações precedem nossas
emoções.” O mesmo ocorre com o amor. Descobrimos a primeira linguagem do amor
de nosso cônjuge e tomamos a decisão de aprender a falá-la, quer ela nos seja
natural ou não. Não reivindicamos sentimentos ardentes e delirantes.
Simplesmente, escolhemos fazê-lo para o bem daquele (a) a quem amamos.
Desejamos suprir as necessidades emocionais de nosso cônjuge e dispomo-nos a
falar sua linguagem do amor. Com isso, seu “tanque do amor” enche-se e há
chances de que a recíproca também ocorra de forma que ele também fale a nossa
primeira linguagem. Nesse processo nossas emoções retornam e nosso “tanque do
amor” começa a encher. Amar é uma decisão. E cada cônjuge pode iniciar esse
processo hoje mesmo.
O Amor Faz a
Diferença
O amor não é a nossa única necessidade emocional. Psicólogos têm
observado que entre nossas carências básicas encontram-se a segurança, a
autovalorização e o significado. O amor, no entanto, relaciona-se com todas
elas.
TEM CONTINUAÇÃO DIARIAS
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