segunda-feira, 23 de junho de 2014

CASAMENTO BENÇÃO FEITA POR DEUS...P/02..23/06/2014

   
CASAMENTO BENÇÃO FEITA POR DEUS...P/02..23/06/2014                                                           

                                   repúdio e novo casamento.

Hoje em dia, o repúdio é praticado tanto pelo esposo como pela esposa, talvez mais por iniciativa daquele do que desta.

Por que uma esposa rejeita seu marido? Por que um marido rejeita sua esposa?

As razões são inúmeras e por vezes muito complexas. Vão desde o choque de temperamentos até o adultério. A sensibilidade feminina não suporta por muito tempo maridos brutos, bêbados, malandros, egoístas, explosivos e paqueradores. A sensibilidade masculina não suporta por muito tempo esposas desleixadas, ciumentas, gastadeiras, impacientes, briguentas e mandonas. Não há casamento que tolere infidelidade não confessada e repetida, tanto do esposo como da esposa. O mesmo acontece quando a preferência sexual dos cônjuges é homossexual. A enfermidade crônica do esposo ou da esposa, ainda que provoque grandes problemas, não deveria acabar com o matrimônio. Mas isso só acontece quando o amor conjugal "é forte como a morte" (Ct 8.6) e o desprendimento alcançam níveis muito altos. Casamentos costumam acabar quando há demasiada interferência da parte dos pais dos esposos ou quando estes se mantêm demasiadamente carentes de pai e mãe e demasiadamente apegados a eles. Quando não há perdão mútuo, também não há continuidade no casamento. Porque os cônjuges não são perfeitos e sempre cometem injustiças em seu relacionamento. Os choques de temperamento, de formação e de herança genética só serão superados por meio de tolerância e perdão de ambos os lados. Outro imprevisto que pode balançar o casamento é a esterilidade feminina ou masculina. Essa foi a experiência de Abraão e Sara, Jacó e Raquel, Elcana e Ana. Em alguns casos, o problema é inverso. O número alto demais de filhos pode esgotar a saúde da mulher e abalar a economia doméstica. A solução não é o repúdio e o novo casamento. Primeiro, porque isso é contrário à lei de Deus e ao bom senso, além de custar um preço muito alto para os cônjuges e para os filhos. Segundo, porque, sem as necessárias correções, que poderiam salvar o primeiro casamento, o matrimônio seguinte continua a correr o mesmo risco de acabar. Antes de se encontrar com Jesus Cristo, junto à fonte de Jacó, a mulher samaritana tinha sido repudiada por cinco diferentes maridos (Jo 4. 17-18). O que evita de fato o repúdio são a santidade de vida e a prática do amor intenso de ambos os cônjuges  o amor de 1 Coríntios 13: paciente, bondoso, "que tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta". É como afirmam os Provérbios (10.12) e a Primeira Epístola de Pedro (4.8): "O amor cobre multidão de pecados".
                           
                                 casamento: parceria completa.

Como ideal a ser levado a sério e bem usufruído, o casamento é um contrato de parceria de duração contínua, assumido espontaneamente entre um homem e uma mulher, por força e obra daquele sentimento que acompanha o ser humano desde a criação, a que se dá o nome de amor. Casamento não é dominação de um sobre o outro. Nem dele nem dela. É parceria. Parceria a vida inteira. Parceria total. Parceria em tudo:

                                                 Na troca de atenções
                          Na manutenção da paz Na liberdade da queixa
                                         Na generosidade do perdão
                                       No progresso da cordialidade
                              Na economia do lar No governo da casa
                                 Nas responsabilidades domésticas
                                        Nas compras e nas vendas
                                   Na eventualidade das mudanças
                                             No traçar dos alvos
                                       Na semeadura prolongada
                     Na colheita dos frutos Na alegria e na fartura
                                Na adoração e nas ações de graça
                                       No planejamento familiar
                                           Na realização sexual
                                 Nos nomes dados aos filhos
                                          Na educação dos filhos
                                        No exemplo a ser mostrado
                                            Na devoção a DEUS
                                               Na santificação do lar
                                      No aperfeiçoamento do caráter
                                                Na privação da soberba
                         Na caminhada rumo à plenitude da salvação
                                           Nos cuidados com a saúde
                                            No sofrimento da doença
                                             No derramar das lágrimas
                                           No enfrentamento da morte
                                     Na maneira de lidar com as perdas

Um casamento assim, caracterizado pela parceria a vida inteira, pela parceria total, chega aos 25 anos, chega aos 30 anos, chega aos 50 anos, chega aos 70 anos. Em um casamento assim, comemoram-se todas as festas de aniversário da união: as bodas de madeira, estanho, cristal, porcelana, prata, pérola, coral, esmeralda, rubi, ouro, diamante, ferro e brilhante. Um casamento assim, só a morte acaba com ele. A parceria é uma estratégia essencialmente cristã, apropriada não só para a relação conjugal (entre o marido e a esposa), mas também para a relação familiar (entre pais e filhos, avós e netos, tios e sobrinhos, irmão e irmão, primo e primo) e para a relação eclesial (entre pessoas ligadas entre si não pelo sangue, mas pela adoção, por terem recebido graciosamente o "direito de se tornarem filhos de Deus"). A prática da parceria é explícita na teologia do Novo Testamento. A expressão "uns aos outros" aparece várias vezes nas Epístolas de Paulo, Pedro e João:
"Amem-se sinceramente uns aos outros, porque o amor perdoa muitíssimos pecados" (1 Pe 4.8).
"Dediquem-se uns aos outros com amor fraternal" (Rm 12.10). "Aceitem-se uns aos outros, da mesma forma que Cristo os aceitou, a fim de que vocês glorifiquem a Deus" (Rm 15.7).
"Vivam em paz uns com os outros" (1 Ts 5.13).
"Levem os fardos pesados uns dos outros e, assim, cumpram a lei de Cristo" (Gl 6.2).
"Exortem-se e edifiquem-se uns aos outros, como de fato vocês estão fazendo" (1 Ts 5.11).
"Sirvam-se uns aos outros mediante o amor" (Gl 5.13).
"Sirvam uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus" (1 Pe 4.10, ).
"Pratiquem a hospitalidade uns com os outros, sem murmurar (1 Pe 4.9,).
"Tenham uma mesma atitude uns para com os outros" (Rm 12.16).
"Deixemos de julgar uns aos outros. Em vez disso, façamos o propósito de não colocar pedra de tropeço ou obstáculo no caminho do irmão" (Rm 14.13).
"Sejam humildes uns para com os outros" (1 Pe 5.5).
"Saúdem uns aos outros com beijos de santo amor" (1 Pe 5.14). A parceria a vida inteira, a parceria total, começa no amor, trafega pela renúncia, exterioriza-se no beijo  aquele gesto singelo, incontido e inefável  e afasta para sempre a idéia, o desejo e a necessidade da separação e do divórcio!

                             o casamento na era patriarcal.

Na linguagem religiosa e em sentido restrito, o nome patriarca é dado aos três primeiros pais da nação de Israel: Abraão, Isaque e Jacó. Chama-se de era patriarcal o período de tempo que começa com o nascimento de Abraão na Mesopotâmia e termina com a morte de Jacó no Egito. A história toda enche uns 300 anos e ocupa mais de três quartos do primeiro livro da Bíblia (Gênesis 12 a 50). A data precisa é difícil de estabelecer, mas alguns estudiosos colocam-na na metade da Idade do Bronze, entre os anos 1.900 a 1.600 a.C. Em nenhum outro lugar da Bíblia há tantas informações sobre problemas conjugais como na história familiar de Abraão e Sara, Isaque e Rebeca, e Jacó e Raquel. Os detalhes são numerosos e muito esclarecedores. Nada é escondido. Os atritos entre marido e mulher, entre esposa e concubina, entre sogro e nora, entre genro e sogro, entre pais e filhos, entre irmãos e irmãs são narrados exaustivamente. Problemas provocados pela esterilidade feminina, pela poligamia, pela inveja, pela vingança, pelas decisões precipitadas, pelo favoritismo, pelas trapaças mútuas, por escândalos sexuais graves, pelo estupro, pelo risco de perder a esposa em favor de outro homem, pelo controle da natalidade, pela viuvez e pelo novo casamento vêm à tona com a maior clareza possível. No bojo de toda miséria humana há também lances admiráveis, como o amor sincero e sacrificial, a prática do perdão, a firmeza de caráter, a solicitude, o aprendizado e o crescimento na fé em Deus e na comunhão com Ele. Na verdade, os casamentos da era patriarcal são um precioso laboratório de pesquisa para quem quer melhorar o seu matrimônio. Basta tomar conhecimento dos erros cometidos por seus personagens e fechar corajosamente as portas para eles.


                                                 abraão e sara.

Problemas conjugais provocados pela beleza, pela esterilidade e pela precipitação.

O mais famoso ancestral dos judeus, dos cristãos e dos muçulmanos, o pai na fé das três religiões monoteístas do planeta, era um homem bem casado, mas não sem sérios problemas conjugais. As esposas gostam de ouvir de seus maridos que elas são bonitas. Foi isso que o noivo disse à noiva no poema atribuído a Salomão: "Como você é linda, minha querida!" (Ct 4.1). Abraão fez a mesma declaração a Sara: "Bem sei que você é bonita" (Gn 12.11). Em dois momentos e lugares diferentes, o casal passou por uma situação muito constrangedora. Exatamente porque a beleza de Sara chamava a atenção de todo mundo, ela foi como que sequestrada tanto por Faraó, no Egito, como por Abimeleque, em Gerar. A mulher de Abraão só não foi molestada sexualmente por esses dois reis porque Deus protegeu o casal (Gn 12.10-20; 20.1-18). O problema mais complexo, mais desgastante e mais prolongado, porém, foi provocado por uma precipitação da esposa, dez anos depois de terem abandonado para sempre os parentes e a terra natal, em obediência ao chamado de Deus. Porque nunca engravidava, apesar das promessas de Deus de que teriam uma descendência "tão numerosa como o pó da terra" (Gn 13.16) ou como as estrelas do céu (Gn 15.5), Sara, num repente de entusiasmo e de abnegação, ofereceu ao marido a sua criada pessoal para que ela desse a ele um filho. Então, Abraão foi para o quarto de Hagar, para a cama de Hagar e se deitou com ela, provavelmente mais de uma vez, porque não é todo dia que uma mulher tem condições de engravidar (Gn 16.1-4). Uma vez grávida do marido da patroa, Hagar começou a se sentir importante e a desprezar Sara. Aí a coisa complicou e muito. Sara brigou com Abraão: "Por sua culpa Hagar está me desprezando" (Gn 16.5, ). Não era bem assim. Todavia Abraão deu total liberdade à mulher e ela passou a maltratar de tal modo a criada grávida, que Hagar achou por bem fugir para o deserto em direção ao Egito, de onde era. Ali, junto a um poço, o anjo do Senhor (esta é a primeira referência a anjo em toda a Bíblia), apareceu a Hagar e dispensou todo cuidado à fugitiva. Aconselhou-a a voltar para casa e submeter-se à patroa. Disse que ela estava grávida de um menino, a quem ela deveria dar o nome de Ismael, e ainda acrescentou que a criança seria como um jumento selvagem e teria uma enorme descendência. Emocionada, Hagar disse ao anjo: "Tu és o Deus-que-me-vê, pois eu vi Aquele-que-me-vê". O poço passou a se chamar "Poço daquele que vive e me vê" (Gn 16.13,14, ). Sara foi obrigada a conviver com Hagar até o nascimento da criança, quando o marido estava com 86 anos (Gn 16.16). Depois foi obrigada a conviver não só com Hagar, mas também com o menino dela, que era filho de seu marido, por um longo período de tempo (14 anos), até o nascimento de Isaque, o filho da promessa, quando Abraão estava com 100 anos (Gn 21.5). Por último, foi obrigada a conviver com a ex-criada e com o meio irmão do seu próprio filho até a grande festa do desmame de Isaque, provavelmente três anos depois do nascimento dele, e 17 anos de convivência incômoda para ambas as mulheres e de circunstâncias difíceis para o relacionamento conjugal de Abraão e Sara. A convivência entre as duas mulheres não acabou em beijos e abraços. Hagar e Ismael foram expulsos da fazenda por Abraão a pedido da esposa, só porque na festa do desmame Sara viu Ismael, de 17 anos, rindo de Isaque, de 3 anos. Não foi fácil para Abraão satisfazer o desejo de Sara, que já não se referia a Hagar como "serva" (Gn 16.2), mas como "escrava" (Gn 21.10). "Isso perturbou demais Abraão", registra o texto sagrado, "pois envolvia um filho seu" (Gn 21.11). No dia seguinte à exigência de Sara, Abraão colocou uma mochila de couro com água e alguns pães sobre os ombros daquela que lhe dera o primeiro de todos os filhos e a despediu. A mãe e o filho foram se afastando cada vez mais da porteira sob o olhar de Abraão até desaparecerem por completo, cena exatamente oposta à da parábola do Filho Perdido, em que o pai se põe junto à porteira para ver o filho se aproximando cada vez mais até poder abraçá-lo e beijá-lo (Lc 15.20). Abraão e Sara comemoraram bodas de madeira (cinco anos de casamento), estanho (10), cristal (15), porcelana (20), prata (25), pérola (30), coral (35), rubi (40), safira (45), ouro (50), esmeralda (55) e diamante (60). Quase certamente comemoraram também bodas de platina (65), vinho (70), brilhante (75) e outras sem nome. Quando saíram de Ur dos Caldeus (ao norte do Iraque), os dois já estavam casados não se sabe por quanto tempo. Na ocasião, Abraão tinha 75 anos (Gn 12.2) e Sara, dez anos mais nova que ele, 65 (Gn 17.17). O casamento só acabou com a morte de Sara, aos 127 anos (Gn 23.1)  62 anos depois da saída de Ur, 51 anos depois do nascimento de Ismael e 37 anos depois do nascimento de Isaque. Abraão, o viúvo da mulher bonita, fez questão de sepultar a esposa na terra prometida, mas ainda não recebida, não em túmulos alheios, porém numa propriedade funerária própria. Ele comprou uma área onde havia uma caverna e um bonito arvoredo, por um preço muito alto (400 moedas de prata, o equivalente a 4,5 quilos do precioso metal), 23 vezes mais cara que a propriedade comprada conforme o costume da época. Foram mais por Jeremias em Anatote por 17 moedas de prata (Jr 32.9), muitos anos depois. Conhecida como a Caverna de Macpela, esse lugar tornou-se o cemitério de toda a família. Lá foram sepultados o próprio Abraão (38 anos mais tarde), Isaque e Rebeca, Jacó e Lia (Gn 25.9; 49.29-32; 50.13).
TEM CONTINUAÇÃO.
                     
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