O MAIS IRRITANTE NO CASAMENTO.P/18
Na realidade, há certas coisas em que um cônjuge não pode ou não quer mudar. Deixe-me exemplificar com minha própria vida: Minha Esposa e eu estávamos casados havia algum tempo quando percebi que ela sabia abrir gavetas, mas não sabia fechá-las. Sabia abrir as portas dos armários, mas também não sabia fechá-las. Aque¬la porção de gavetas e portas abertas me perturbava. Um dia, antes de aprender as coisas sobre as quais conversei até aqui, disse a ela: " quando terminar de fazer suas coisas na cozinha, será que você pode fechar as portas dos armários? Se eu não tomo cuidado, acabo batendo a cabeça numa delas. E será que você também pode fechar as gavetas do armário do banheiro? Quando entro lá, enrosco a calça no canto delas". A meu ver, foram pedidos simples. No dia seguinte, voltei do trabalho, entrei em nosso pequeno apartamento e olhei na cozinha as portas dos armários estavam abertas. Fui até o banheiro e as gavetas também estavam abertas. "Não é fácil mudar um hábito", concluí. "Vou esperar alguns dias." Esperei uns dias. Esperei uma semana inteira. Mas todos os dias daquela semana, verifiquei as portas e gavetas, e todos os dias elas estavam abertas. No final da semana, pensei: "Talvez ela não tenha ouvido o que eu disse. Talvez não estivesse muito bem naquele dia e não tenha entendido". Na época, estava fazendo pós-graduação na área de pedagogia e resolvi usar um pouco de didática. Quando cheguei em casa, entrei no banheiro, esvaziei a gaveta de cima e chamei Ela para fazer uma demonstração. Abri a gaveta e lhe mostrei como funcionava. "Esta rodinha aqui se encaixa naquela canaleta. Funciona que é uma beleza. Você consegue fechar com um dedo", disse enquanto empurrava a gaveta para mostrar. Então, levei ela até a cozinha e disse: "Veja só, é só aproximar a porta o suficiente desse pequeno ímã, e ele fecha a porta para você". Naquele dia, tive certeza de que ela havia entendido. Quando você usa recursos visuais, torna a comunicação mais clara, não é? (Posso ouvir uma porção de esposas me vaiando e com razão. Mas, lembrem-se, eu era jovem e tolo.) No dia seguinte, quando voltei do trabalho, olhei na cozinha e as portas dos armários estavam abertas. Entrei no banheiro, e as gavetas estavam abertas. Mais uma vez, pensei: "Não é fácil mudar um hábito. Vou esperar mais alguns dias". Esperei uns dias. Esperei um mês. Mas todos os dias daquele mês, verifiquei as portas e gavetas, e todos os dias elas estavam abertas. No final do mês, passei um sermão em minha esposa: "Não entendo você. É uma mulher inteligente, fez faculdade. É uma pessoa profundamente espiritual e, no entanto, não consegue fechar uma gaveta. Como pode uma coisa dessas?". O problema persistiu por nove meses, durante os quais usei duas abordagens. Durante mais ou menos um mês, não dizia nada a minha esposa, mas, por dentro continuava me perguntando: "O que há de errado com essa mulher?". No mês seguinte, eu lhe passava uma descompostura. Na verdade, não importava se eu reclamava com ela ou engolia minhas queixas; ela não fechava as portas e gavetas. Depois de nove meses de suplício, cheguei em casa uma noite e vi que nossa filha de 18 meses estava com pontos perto do canto de um dos olhos. O que aconteceu? perguntei a minha esposa. Para minha surpresa, ela disse a verdade: Ela caiu e se cortou no canto de uma gaveta aberta. Não podia crer no que estava ouvindo. Pensei comigo mesmo: Você pode me dizer qualquer coisa, menos isso. Mas ela falou a verdade. Fiquei tão orgulhoso de minha reação tranqüila. "Não vou esfregar isso no nariz dela. Não vou dizer: 'Eu avisei'", pensei. Mas, lá no fundo, pensei: "Aposto como agora ela vai fechar as gavetas!". E também: "Ela se recusou a me ouvir. Agora Deus está falando com ela". Mas, sabe de uma coisa? Mesmo depois desse incidente, ela continuou deixando as gavetas abertas! Dois meses depois (ou seja, onze meses depois de meu pedido inicial),
TEM CONTINUAÇÃO DIARIAS.
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