O MAIS IRRITANTE NO CASAMENTO.P/19
finalmente entendi: "Essa mulher nunca vai fechar as gavetas". Eu aprendo devagar, mas finalmente a ficha caiu. Enquanto minha mente assimilava o impacto dessa revelação, fui até a biblioteca da faculdade, sentei-me numa das mesas de estudo e fiz o que havia aprendido a fazer. Você já ouviu falar desse plano? Quando não sabe o que fazer sobre um problema, pegue uma folha de papel e escreva tudo o que lhe vier à mente: idéias boas, idéias malucas, idéias possivelmente úteis. Então, leia a lista e escolha a melhor alternativa. Foi o que fiz. A primeira coisa que me veio à mente foi: "Posso me separar dela". Já havia pensado nisso antes. Meu próximo pensamento foi: "Se eu encontrar outra pessoa, antes de me casar novamente vou perguntar: 'Você fecha as gavetas?'". A segunda idéia veio em estágios. Pensei com cuidado antes de anotá-la: "Talvez, por causa das gavetas abertas, eu fique infeliz para o resto da vida, de hoje até o dia em que eu morrer, ou minha esposa morrer". Foi o que eu pensei, então tive de escrever. A terceira possibilidade, a última que me ocorreu, foi: "Poderia aceitar isso como algo que nunca vai mudar e, daqui para frente, eu mesmo poderia fechar as gavetas". De lá para cá, algumas pessoas que ficaram sabendo dessa história ofereceram outras sugestões. Um homem me falou que se podem instalar molas nas gavetas e portas para que fechem sozinhas (eu não sabia disso). Outro me disse que ele teria removido todas as portas dos armários (uma idéia que nunca me passou pela cabeça). Quando terminei de escrever, olhei minha lista e risquei imediatamente a primeira idéia. A essa altura, estava no seminário, me preparando para ser pastor. Pensei: "Se eu me separar, nunca vou conseguir uma igreja para pastorear". Li a segunda idéia e também a eliminei. "Por que um homem adulto escolheria ficar infeliz com algo assim para o resto da vida?" Não fazia nenhum sentido. Sobrou apenas a terceira idéia. Podia aceitar o fato de que minha esposa nunca mudaria nesse aspecto e, daquele dia em diante, eu mesmo podia fechar as gavetas e portas. Então, me perguntei: "Quanto tempo eu levaria para fechar as portas dos armários da cozinha?". Um... dois... três... quatro segundos. "Quanto tempo eu levaria para fechar as gavetas do banheiro?"
Um... dois... três segundos. "Três e quatro são sete. Sete segundos. Acho que consigo esse tempo na programação do dia." Quando cheguei em casa, disse a minha esposa: Quanto às gavetas... Ela interrompeu: Amado, por favor não toque nesse assunto outra vez! Deixe-me terminar falei. Encontrei uma solução. De hoje em diante, enquanto eu viver, você nunca mais terá de fechar uma porta ou gaveta outra vez. De hoje em diante, este será o meu trabalho. Fecharei as portas, fecharei as gavetas e você não terá mais de se preocupar com isso. Sabe o que ela disse? Tudo bem. E saiu da sala. Para ela não foi nada de extraordinário, mas, para mim, foi um ponto crítico de minha vida. Desde então, as gavetas abertas não me incomodam. Não sinto nada quando vejo uma gaveta aberta. Aliás, se você olhasse em nosso banheiro, na maioria das noites veria as gavetas abertas. Mas quando eu entro lá pela manhã, fecho todas elas porque esse é meu trabalho!
Você precisa estar consciente de que, em certas coisas, seu cônjuge não pode ou não quer mudar, não importa qual dos dois. Tenho uma esposa extraordinariamente maravilhosa que aceitou várias de minhas sugestões de mudança. Às vezes, chego a me perguntar se sua incapacidade de fechar gavetas é genética. E possível! Mas, quer sejam coisas que ele não consegue, quer sejam que ele não queira fazer, seu cônjuge não atenderá a todos os seus pedidos. Então, como você vai lidar com os aspectos em que seu cônjuge não mudará? Creio que o amor aceita essas imperfeições.
TEM CONTINUAÇÃO DIARIAS
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