segunda-feira, 23 de julho de 2012

AS LÍNGUAGENS DO AMOR-P/32



                                             AS LÍNGUAGENS DO AMOR-P/32        


Quando terminamos o primeiro projeto, começamos a preparar o palco para a peça natalina. Ficamos umas duas semanas envolvidos naquilo. Ele é muito talentoso para pintar e montar cenários. Achei que começava a enxergar alguma luz no fim do túnel, mas temia que Markos e Maria não a vissem. Virei-me, então para ela e perguntei: Quando você namorava Markos, o que a convenceu de que ele a amava? O que fez com que ele fosse diferente dos outros rapazes que você conhecia?
Foi a forma de como ele me ajudava a fazer as coisas. Ele tinha tanto entusiasmo em colaborar! Nenhum dos outros rapazes demonstrou esse tipo de interesse, mas parecia realmente natural em Markos. Ele chegava até a me ajudar a lavar a louça quando ia jantar em minha casa. Ele era a pessoa mais maravilhosa que eu já tinha conhecido. Mas foi só a gente casar, e tudo mudou! Ele não fez mais nada! Dirigindo-me novamente para Markos, perguntei: Em sua opinião, por que você acha que fazia todas aquelas coisas para ela e com ela, antes de casarem? Na época, para mim era natural fazê-las. É o que se espera que alguém nos faça, se esse alguém gosta de nós. E por que você acha que parou de ajudá-la depois do casamento? Perguntei. Eu acho que pensei ser como era em minha família. Meu pai trabalha e minha mãe toma conta da casa. Nunca o vi aspirar o pó, lavar louça ou fazer qualquer outro serviço doméstico. Em virtude de minha mãe não trabalhar fora, ela mantinha a casa sempre limpa, cozinhava, lavava e passava. Acho que simplesmente pensei que deveria agir como meu pai. Torcendo para que ele raciocinasse como eu, perguntei: Markos, um minuto atrás o que você ouviu Maria responder, quando perguntei o que a fez sentir-se amada por você durante o namoro? Ele respondeu: O fato de eu ajudá-la a fazer as coisas e realizá-las ao lado dela.
Os pedidos direcionam o amor, mas cobranças impedem que ele seja liberado. Ainda dirigi-me a Markos e perguntei: Dá para você entender como ela se sentiu rejeitada quando você parou de ajudá-la? Ele sacudiu a cabeça para cima e para baixo... Então afirmei: Também é compreensível que você tenha seguido o modelo do casamento de seus pais. A maioria de nós faz isso, mas sua mudança de comportamento com Maria foi muito radical. Isso fez com que ela achasse que seu amor por ela havia terminado. Depois virei-me para Maria e disse-lhe: O que você ouviu Markos responder, quando perguntei a ele o porquê dele ajudá-la na época de namoro? Ele disse que são coisas as quais se espera que se façam quando uma pessoa gosta de outra. Ele realizava aquilo para demonstrar seu amor por mim. Ela acrescentou que aquilo era natural nele. Porque na mente dele era essa a forma de se demonstrar amor. Então lhe perguntei: Quando os dois se casaram e foram morar em sua própria residência, ele esperou para ver o que você faria para demonstrar-lhe amor. Suas expectativas eram que mantivesse a casa limpa, cozinhasse, etc. Resumindo, ele aguardou que fizesse coisas por ele como expressão de seu amor. Você entende que, por não vê-la realizar o que esperava, ele passou a não sentir-se mais amado? Agora era Maria quem balançava a cabeça. E eu continuei: Meu ponto de vista do porquê de ambos estarem tão infelizes é que nenhum de vocês demonstra amor um pelo outro, através de atos de bondade. Maria disse: Acho que você está certo e o motivo pelo qual parei de fazer as coisas para ele, foi porque me ressenti de tanta cobrança. Era como se ele quisesse fazer com que eu ficasse igual à mãe dele. Eu concordei com ela: Você está certa. Ninguém gosta de fazer as coisas forçadamente. O próprio amor é entregue espontaneamente. O amor não pode ser obrigatório. Podemos solicitar que os outros façam algumas coisas para nós, mas não devemos exigi-las. Pedidos direcionam o amor, mas cobranças impedem que ele seja liberado.
TEM CONTINUAÇÃO DIARIAS.

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