Se me sinto amado (a) por meu cônjuge, consigo relaxar, pois
confio que seu amor não me fará mal algum. Acho-me seguro (a) em sua presença.
Posso enfrentar muitas incertezas em meu emprego e ter inimigos em outras áreas
de minha vida, mas sinto segurança em relação a meu cônjuge. Meu senso de
autovalorização é alimentado pelo fato de saber que meu cônjuge me ama. O amor
que ele me dedica aumenta minha auto-estima. A necessidade de significado é a
força emocional por trás da maior parte de nossos atos. A existência humana é
pautada pelo desejo de sucesso. Queremos que nossas vidas valham a pena. Temos
nossas próprias idéias de onde encontrar esse significado e trabalhamos duro
para atingir nossos alvos. Ser amado (a) por nosso cônjuge aumenta nosso senso
de significado. Concluímos: “Se alguém me ama, então devo significar algo para
essa pessoa”. Tenho significado porque sou a obra-prima da criação. Possuo a
habilidade de pensar em termos abstratos, comunicar meus pensamentos por meio
de palavras e tomar decisões. Através da palavra escrita ou gravada, posso
beneficiar-me com os pensamentos daqueles que me precederam. Sou enriquecido
pelas experiências de outros, mesmo que tenham vivido em épocas e culturas
diferentes. Com a morte de meus familiares e amigos, experimento o fato de que
há uma existência além do material. Concluo que, em todas as culturas, as
pessoas acreditam no mundo espiritual. Meu coração afirma que isso é verdade,
mesmo que minha mente, treinada em observação científica, levante
questionamentos a esse respeito. Tenho significado. A vida possui um sentido.
Existe um propósito mais alto. Quero acreditar nisso, mas não consigo encontrar
esse significado até que alguém expresse amor por mim. Quando meu cônjuge, de
forma amorosa, investe tempo, energia e esforço em minha pessoa, acredito que
tenho significado. Sem amor, passo a vida inteira na busca do significado, da
autovalorização e da segurança. Porém, quando experimento o amor, ele impacta positivamente todas
estas necessidades. Torno-me então livre para desenvolver meu potencial.
Sinto-me mais seguro em minha auto-estima e posso canalizar meus esforços para
outra direção ao invés de ficar obcecado com minhas próprias necessidades. O
amor verdadeiro sempre resulta em libertação. No contexto do casamento, se não
nos sentimos amados, as diferenças tornam-se ampliadas. Observamos um ao outro
como ameaça à própria felicidade. Lutamos por autovalorização e significado e o
casamento torna-se mais um campo de batalha do que um porto seguro. O amor não
oferece resposta para tudo, mas cria um clima de segurança no qual podemos
buscar soluções para as questões que nos aborrecem. Na convicção do amor os casais
podem conversar sobre diferenças sem condenação. Conflitos podem ser
resolvidos. Duas pessoas diferentes podem aprender a viver juntas em harmonia.
Descobrimos como fazer surgir o melhor de cada um. Podemos chamar a isso tudo
de recompensas do amor. A decisão de amar seu cônjuge encerra um tremendo
potencial. Aprender a primeira linguagem do amor dele transforma este potencial
em realidade. O amor realmente “faz o mundo girar”. Pelo menos, isso é afirmado
no que diz respeito a Jonata e Norma. Eles viajaram três horas para chegar em
meu escritório. Era óbvio que Norma estava contrariado. Jonata “torcera seu
braço” com a ameaça de deixá-lo. (Não sou a favor e nem recomendo esta atitude,
mas as pessoas não podem saber disso antes que nos encontremos.) Estavam
casados há trinta e cinco anos e nunca haviam tido um aconselhamento conjugal.
Jonata iniciou a conversa. Pastor, gostaria que o senhor soubesse de duas
coisas. Em primeiro lugar, não temos problemas financeiros. Li uma revista que
afirmava ser o dinheiro o maior problema no casamento. Este, porém, não é o
nosso caso. Nós dois trabalhamos a vida toda, a casa está paga e os carros
também. Realmente não temos dificuldades financeiras. Em segundo lugar, o
senhor precisa saber que nós não brigamos. Ouço sempre meus amigos dizer das
brigas que tiveram. Nós nunca discutimos. Não consigo nem me lembrar da última
vez em que tivemos uma discussão. Nós dois
concordamos que brigas não levam a nada, então não brigamos. Como
conselheiro, apreciei o fato de Jonata jogar um pouco de luz para começarmos.
Sabia que ela iria direto ao ponto. Ela demonstrou que agiria assim logo em
suas primeiras palavras. Queria ter certeza de que não nos ateríamos ao que não
fosse necessário, pois seu objetivo era utilizar o horário que tinha de forma
sábia. Ela continuou: O problema é o seguinte: sinto que meu marido não me ama.
A vida tornou-se rotineira para nós. Levantamos pela manhã e vamos ao trabalho.
De tarde, dedico-me aos meus afazeres e ele aos dele. Costumamos jantar juntos,
mas não conversamos. Ele assiste televisão enquanto comemos. Após o jantar
refugia-se no porão e dorme em frente à TV, até que o acordo e digo-lhe que já
é hora de ir para a cama. Essa é nossa vida cinco dias por semana. Aos sábados
ele joga golfe na parte da manhã, trabalha no jardim às tardes e, às noites,
saímos para jantar com um casal de amigos. Ele dialoga com eles, mas quando
entramos no carro para retornar à nossa casa, a conversa simplesmente termina.
Quando chegamos, ele dorme em frente à TV até a hora de ir para a cama. Aos
domingos pela manhã vamos à igreja. Nós vamos à igreja toda manhã de domingo.
Ela enfatizou e prosseguiu: Depois, almoçamos fora com alguns amigos. Ao
chegarmos em casa, ele dorme em frente à televisão a tarde toda. À noite vamos
à igreja; depois voltamos para o lar, comemos pipoca e vamos para a cama.
Fazemos isso todas as semanas. E é só isso. Somos como dois colegas que moram
na mesma casa. Não há nada de especial entre a gente. Não sinto, de forma
alguma, que ele me ame. Não há calor, não há emoção. E só vazio, só morte. Não
sei se consigo mais continuar desse jeito.
Amando a Quem não Merece Nosso Amor
Era um lindo sábado de setembro. Minha esposa e eu caminhávamos
pelo Jardim , “curtindo” a flora, que continha vários exemplares provenientes
de diversos países do mundo. Os pomares foram originariamente cultivados, o
magnata do tabaco, como parte de sua propriedade rural. Acabávamos de passar
pelo jardim das rosas quando vimos Ana, uma senhora a quem eu começara a
aconselhar duas semanas atrás, a qual caminhava em nossa direção. Ela olhava
para baixo, para as pedras dispostas ao longo do chão, formando o corredor por
onde andávamos. Parecia estar completamente abstraída. Quando a cumprimentei,
teve inicialmente um sobressalto, mas depois olhou para cima e sorriu.
Apresentei-a a minha esposa e trocamos alguns cumprimentos. De repente, ela de
chofre fez uma das perguntas mais profundas que já me foram formuladas: Pastor,
é possível amar alguém a quem odiamos? Eu sabia que aquela pergunta tinha
brotado de uma profunda ferida e merecia uma resposta bem avaliada. Eu tinha
horário marcado com ela para outra sessão de aconselhamento na semana seguinte.
Então lhe disse: Ana, essa é pergunta que precisa ser muito bem pensada antes
de respondida. Que tal conversarmos sobre ela na semana que vem? Ela concordou
e minha esposa e eu continuamos nosso passeio. A pergunta que ela fizera,
porém, não nos abandonou. Mais tarde, enquanto dirigia para casa, Minha esposa
e eu falamos sobre aquela interrogação. Começamos a nos lembrar dos primeiros
anos de nosso casamento e de como, por várias vezes, tivemos o sentimento de
ódio. As palavras condenatórias que dirigíamos um ao outro estimularam a mágoa
e, no calcanhar da mesma, a ira, que abrigada no interior transformou-se em
ódio. O que foi diferente em nosso caso? Ambos fizemos a escolha de amar e
percebemos que, se continuássemos aquele trajeto de cobranças e condenação,
destruiríamos nosso casamento. Felizmente, após um período de um pouco mais de um ano, aprendemos
como discutir nossas diferenças sem condenarmos um ao outro; a tomar decisões
sem destruir nossa unidade; a dar sugestões construtivas ao invés de fazermos
cobranças; e, eventualmente, a falarmos a primeira linguagem do amor um do
outro. Nossa decisão de amar foi feita em meio a sentimentos negativos mútuos.
Quando começamos a falar a primeira linguagem do amor um do outro, os
sentimentos negativos provenientes da mágoa e do ódio foram desfeitos. Nossa
situação, no entanto, era diferente da que Ana enfrentava. Minha Esposa e eu
estávamos abertos para aprender e crescer. O marido de Ana, porém, não
concordava. Ela me dissera ainda na semana anterior, que implorara para ele
fazer um aconselhamento, ler um livro ou ouvir alguma fita sobre casamento. No
entanto, ele recusara todas estas alternativas. Segundo ela, a postura que ele
assumira era: “Não tenho qualquer dificuldade. Você é quem possui os problemas
aqui.” Na mente dele, ele estava certo e ela errada e isto era simples. Os sentimentos de amor
que ela nutria por ele foram mortos através dos anos de crítica e condenação
constantes. Após dez anos de casamento, sua energia emocional esgotara-se e sua
auto-estima praticamente se destruíra. Haveria esperança para o casamento de
Ana? Ela conseguiria gostar de um marido indigno de ser amado? Será que, algum
dia, ele corresponderia ao seu amor? Eu sabia que Ana era profundamente
religiosa e frequentava regularmente sua igreja. Deduzi, então, que a única
esperança que ela possuía para seu casamento residia em sua fé. No dia
seguinte, com meus pensamentos nela, comecei a ler a vida de Cristo no
evangelho de Lucas. Sempre gostei da forma deste evangelista escrever sobre
Jesus, pois, como médico, dava muita atenção a detalhes e ainda no primeiro
século fez um relato cronológico dos ensinos e do estilo da vida do Filho de
Deus. Naquele que muitos consideram o melhor sermão de Jesus, li as seguintes palavras, às quais chamo de grande desafio do
amor: “Digo-vos, porém, a vós outros que me ouvis: Amai os vossos inimigos,
fazei o bem aos que vos odeiam; bendizei aos que vos maldizem, orai pelos que
vos caluniam. Como quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a
eles. Se amais os que vos amam, qual é a vossa recompensa? Porque até os
pecadores amam aos que os amam.” Pareceu-me que aquele profundo desafio escrito
há quase dois mil anos era o caminho que Ana procurava. Mas... ela poderia “dar
conta daquele recado”? Será que alguém conseguiria? Seria possível amar um
cônjuge que se tornou um inimigo? Seria possível amar alguém que pragueja
contra você, maltrata-o (a), e dedica-lhe desprezo e ódio? E, se na melhor das
hipóteses, ela conseguir, será que ele de alguma forma lhe retribuiria? Seria
possível que aquele marido mudasse e começasse a expressar amor e cuidado por
ela? Fiquei espantado com as próximas palavras de Jesus ditas naquele antigo
sermão: “Dai e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante
generosamente vos darão: porque com a medida com que tiverdes medido vos
medirão também.” Será que aquele princípio de amar a quem não merece nosso amor
funcionaria em um casamento no ponto em que estava o de Ana? Decidi fazer uma
experiência. Tomei como hipótese o fato de que se ela aprendesse a primeira
linguagem do amor de seu marido e utilizasse-a por um período de tempo de forma
que as necessidades emocionais dele fossem atendidas, eventualmente, ele se
tornaria recíproco e começaria a demonstrar amor por Ana. Imaginei... Será que
vai funcionar? Encontrei-me com ela na semana seguinte e ouvi-a novamente
enquanto falava sobre os horrores de seu casamento. Ao final de seu resumo,
repetiu o que dissera antes. Dessa vez, porém, ela colocou em forma de
afirmação. Pastor, simplesmente não sei se voltarei a amá-lo depois do que ele
fez comigo.
TEM CONTINUAÇÃO DIARIAS.
Oi Amado, adorei essa mensagem, pois vou fazer em
ResponderExcluir1º de março 36 anos de casada, hoje eu e meu esposo estávamos conversando passamos por muitas tribulações na nossa vida, mais sempre orava muito a Deus, para ele sempre ficar perto de nós. E hoje
somos bem amigo um do outro. Casamento é para sempre.