sexta-feira, 29 de março de 2013

AS LÍNGUAGENS DO AMOR-P/50



                   AS LÍNGUAGENS DO AMOR-P/50        


Gostaria, porém, que soubesse desta minha decisão de ser a melhor esposa do mundo”. Seja qual for a resposta dada, negativa ou positiva, aceite simplesmente como uma informação. Esta colocação mostrará a ele que algo diferente está para acontecer no rela­cionamento entre vocês dois. Em seguida continuei, com base em sua opi­nião de que a primeira linguagem do amor de Gledson é “To­que Físico”, e em minha suposição de que a segunda seja “Palavras de Afirmação”, focalize sua atenção nestas duas áreas por um mês. Se Gledson conceder-lhe uma sugestão do que você deve fazer para ser uma melhor esposa, aceite essa informação e insira-a em seu plano. Procure traços positivos nele e manifeste apreciação por eles. Neste meio tempo, pare com as críticas. Se neste mês você tiver motivos para recla­mar, escreva-os em sua caderneta de anotações, ao invés de dizer qualquer coisa a Gledson. E finalmente  concluí, tome mais iniciativa em tocá-lo fisicamente e também no envolvimento sexual. Sur­preenda-o e seja mais agressiva, não simplesmente para corresponder às investidas dele. Coloque um alvo de, nas primeiras duas semanas, ter relações sexuais pelo menos uma vez a cada sete dias e nas duas seguintes, duas vezes em cada semana. Ana me contara que, durante os últimos seis meses, ela e Gledson tiveram somente uma ou duas relações sexuais. Ima­ginei que este plano tiraria as coisas do marasmo em que se encontravam em menos tempo. Se você afirmar ter sentimentos que não nutre, isso ê hipocrisia. Porém, expressar um ato de amor em benefício, ou para o prazer de outra pessoa, é um ato de escolha. Ana então disse: Pastor, isso será realmente difícil! É quase impossível corresponder-me sexualmente com ele, pois ig­nora-me o tempo todo. Sinto-me usada e não amada em nos­sas relações sexuais. Ele me trata como se eu fosse totalmen­te insignificante em outras áreas e, de repente, quer ir para a cama e usar meu corpo. Magôo-me muito com isso e esta deve ser a razão de termos tão pouco envolvimento sexual nos últimos anos. Respondi então a Ana, com real compreensão pelo que ela passava: Sua reação é absolutamente natural e normal. Para a maioria das esposas, o desejo de ter relações sexuais com os maridos é decorrente do fato de serem amadas por eles. Se elas se sentem prestigiadas, então querem ter relações sexu­ais. Se não, sentem-se usadas no contexto sexual. É por este motivo que amar a quem não nos ama é extremamente difí­cil. É algo que vai além de nossas tendências normais. É pre­ciso confiar profundamente em Deus para poder fazer isso. Creio que Ele a ajudará, se você ler novamente o sermão de Jesus sobre o amar os inimigos, ou seja, a quem nos odeia e nos usa. Depois, peça a Deus ajuda para colocar em prática os ensinos de Cristo. Dava para perceber que Ana concordava com o que eu lhe dizia. De vez em quando ela balançava a cabeça afir­mativamente, mas seus olhos afirmavam que ela estava com muitas dúvidas: Mas Pastor, não é uma hipocrisia demons­trar amor sexual quando se tem tantos sentimentos negativos por uma pessoa? Minha resposta foi: Acho que seria bom conversarmos um pouco sobre a diferença entre amor como sentimento e amor  como ação. Se você afirmar ter sentimentos que não nutre, isso é hipo­crisia e esta comunicação falsa não é uma boa forma para se construir um relacionamento íntimo. Porém, se você expres­sar um ato de amor em  benefício ou para o prazer de outra pessoa, é um ato de escolha. Você não atribuirá àquele ato um profundo envolvimento emocional. Creio que foi exata­ mente isto que Jesus quis dizer. Fiz uma pequena pausa e prossegui: Certamente não dá para termos sentimentos calorosos por quem nos odeia. Isso não seria normal, mas, por outro lado, podemos realizar atos de amor por eles. E isso é uma decisão nossa. Esperamos que tais atos de amor produzam efeitos positivos em suas atitudes, seu comportamento e tratamento. Pelo menos, escolhemos fazer algo positivo por eles. Minha resposta, aparentemente, satisfez a Ana, pelo menos naquele momento. Fiquei com a sensação de que pre­cisaríamos conversar sobre isso novamente. Eu também sentia que, se aqueles planos fossem postos em prática, seriam devido à profunda fé que ela nutria em Deus. Tornei a dizer-lhe: Eu gostaria que, depois de um mês, perguntasse a Gledson se você melhorou ou não. Coloque em suas próprias palavras, mas pergunte a ele algo como: “Gledson, lembra-se quando umas semanas atrás eu lhe disse que gostaria de ser a melhor esposa do mundo? Seria possível você me dizer o que tem achado?” Prossegui com outras propostas: Seja qual for a resposta de Gledson, aceite-a como uma informação. Ele pode ser sarcástico, frívolo, hostil ou positi­vo. Seja qual for a resposta que ele lhe der, não argumente, aceite-a e assegure-lhe que você fala sério e realmente quer ser a melhor esposa do mundo, e se ele tiver sugestões, você está aberta para elas. Além do mais prossegui, mantenha o hábito de interrogá-lo nesse sentido uma vez por mês, durante os seis primeiros meses. Quando Gledson lhe der o primeiro re­torno positivo, e disser algo como: “É... tenho de admitir que quando você me falou que gostaria de tentar ser a melhor esposa do mundo, eu quase morri de rir; no entanto, tenho de aceitar que as coisas têm andado diferentes por aqui!”; você saberá que seus esforços começam a modificá-lo emocionalmente. Ele talvez lhe conceda um retorno positivo de­ pois do primeiro mês, do segundo ou mesmo do terceiro. Uma semana depois de você receber o primeiro retorno po­sitivo, quero que faça um pedido a Gledson  algo que gosta­ria que ele fizesse, e esteja relacionado com sua primeira lin­guagem do amor. Por exemplo, numa bela noite você pode­ ria virar-se para ele e dizer algo parecido com: “Gledson, sabe o que eu estou com vontade de fazer? Você se lembra de como nós costumávamos jogar “Xadrez” juntos? Eu gosta­ria tanto que jogássemos juntos, só nós dois, na quinta-feira à noite! As crianças vão ficar na casa da Mariana. Você acha que seria possível?” Ana prossegui , coloque esse pedido de forma específica, não geral. Não diga algo como: “Sabe, gostaria muito que a gente pudesse gastar mais tempo juntos”. Isso é muito vago. Como é que você saberá se ele fará ou não o que pediu? Mas... se fizer um pedido específico, ele saberá exata­ mente o que você quer e com certeza reagirá. Quando ele o fizer, será pela escolha de realizar algo que a agrade. E finalmente, faça, a cada mês, um pedido específi­co. Se ele a atender, ótimo; se não concordar, não se importe. Uma coisa é certa: quando atender seu  pedido, você saberá que ele procura satisfazer a sua necessidade. Nesse proces­so, você o ensinará a falar sua primeira linguagem do amor, porque os pedidos que fará com certeza são parte dela. Se ele decidir amá-la através de sua primeira linguagem do amor, suas emoções positivas relativas a ele despontarão na superfície. Seu “tanque” emocional começará a encher e, a seu tempo, o casamento renascerá. Ana então disse: Pastor, eu faria qualquer coisa se isso fosse possível. Talvez você precise de um milagre em seu casamento. Por que não tenta colocar em  prática a experiência de Ana ? Bem. Dará um bocado de trabalho, mas acredito que compensa uma tentativa. Eu, pessoalmente, estou muito in­teressado em ver se esta experiência dará certo e se esta hi­pótese comprovar-se-á. Gostaria que nos encontrássemos sis­tematicamente durante este processo; talvez a cada dois meses, e você fizesse anotações das palavras de afirmação que disser a Gledson a cada semana. Gostaria, também, que
me trouxesse a lista das reclamações anotadas em sua cader­neta; aquelas que você não vai revelar para Gledson. Pode ser que, através destas reclamações, eu consiga ajudá-la a for­mular pedidos que possam ir ao encontro do suprimento destas frustrações. Finalmente, gostaria que você aprendesse como  compartilhar suas frustrações e irritações de forma construtiva e os dois conseguissem lidar com isso. Mas, du­rante estes seis meses de experiência, quero que você as ano­te sem nada dizer a Gledson. Ana levantou-se e acredito que já com a resposta à fa­mosa pergunta que me fizera: “E possível amar alguém a quem se odeia?” Nos seis meses que se seguiram, Ana viu uma tremen­da mudança na atitude e no tratamento de Gledson para com ela. Nos primeiros 30 dias ele estava frívolo e lidou com a situação de forma superficial. Porém, após o segundo mês, ela já recebeu dele o retorno positivo de seus esforços. Nos últimos quatro meses, ele respondeu positivamente a quase todos os seus pedidos, e seus sentimentos para com ela co­meçaram a sofrer uma drástica mudança. Gledson nunca apa­receu para o aconselhamento, mas ouviu algumas de minhas fitas e discutiu-as com Ana. Chegou mesmo a encorajá-la a continuar suas sessões de aconselhamento, o que durou por mais três meses após o final da experiência. Atualmente, Gledson segreda a seus amigos que eu sou um “milagreiro”. Sei, no entanto, que o amor é que faz milagres. Talvez você precise de um milagre em seu casamento. Por que não tenta colocar em prática a experiência de Ana? Diga a seu cônjuge o que tem pensado sobre o casamento dos dois, e que gostaria de fazer o possível para suprir de forma melhor suas necessidades. Peça sugestões de como me­lhorar. As propostas que forem dadas servirão de dicas para que se descubra sua primeira linguagem do amor. Se ele (ela) não fizer alguma sugestão, tente descobrir sua primeira lin­guagem do amor através das reclamações feitas ao longo dos anos. Então, durante seis meses, focalize sua atenção naque­la linguagem. Ao final de cada mês, solicite um retorno de como você evolui por intermédio de outras sugestões. Quando seu cônjuge demonstrar melhoras, espere uma semana e então faça um pedido específico. A solicitação de­verá ser de algo que realmente apreciaria que ele (ela) fizes­se por você. Se ele (ela) decidir atendê-la (o), saberá que ele (ela) tomará aquela atitude com o objetivo de suprir suas necessidades. Se ele não atender seu pedido, continue a amá-lo. Talvez no próximo mês você receba uma resposta positi­va. Se seu cônjuge começar a falar sua linguagem do amor através do atendimento a seus pedidos, as emoções positi­vas sobre ele (ela) voltarão e, a seu tempo, seu casamento renascerá. Não posso garantir os resultados, mas são muitas as pessoas a quem aconselhei que experimentaram os mila­gres do amor.
Notas 1.Lucas 6:27, 31-32.  2. Lucas 6:38.

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