O conceito das linguagens do
amor também pode ser aplicado aos filhos? Essa
pergunta sempre me é feita por aqueles que participam de meus
seminários sobre casamento. Minha resposta genérica
é sim. Quando as crianças são pequenas, não há como saber a primeira
linguagem do amor delas. Portanto, use todas e você terá mais possibilidades de descobri-la.
Outra dica: ao observar o comportamento de seus filhos, será possível desvendar, mais facilmente, a primeira linguagem
do amor deles. Carlos tem seis anos de idade. Quando seu pai chega em casa à
noite, após o trabalho, ele pula em seu colo e despenteia os cabelos dele. O que esta criança quer dizer com isso? “Quero ser tocado.” Ele toca em seu pai porque também deseja ser
acariciado. A primeira linguagem do amor de Carlos, muito possivelmente, é “Toque Físico”. Paulo é vizinho de Carlos. Ele tem cinco anos e
meio e ambos brincam juntos. O seu pai, no entanto, encontra uma
situação completamente diferente ao chegar em casa do trabalho. Paulo diz entusiasmado: Venha cá,
papai. Quero lhe mostrar uma coisa. Paiê, vem
cá! E o pai responde: Espere um pouco, Paulo! Deixa eu dar uma olhada no
jornal, primeiro. O menino vai ao seu quarto, mas volta em quinze segundos, e diz: Papai, venha até o meu quarto. Eu quero mostrar-lhe uma coisa.
Papai, quero mostrar-lhe agora!! O pai responde: Só um instante, filho.
Deixe-me terminar de ler o jornal. A
mãe de Paulo aparece neste momento e passa-lhe um “pito”. Ela lhe diz que o pai
está cansado, e ele deve deixá-lo ler o
jornal sossegado. Ele então diz: Mas mamãe, eu quero mostrar paro o
papai aquilo que eu fiz. Eu sei, mas
“dê um tempo” para o seu pai ler o jornal a mãe responde. Um minuto mais tarde, Paulo vai em direção de seu pai e pula em
cima do jornal e ri. O pai fica bravo e pergunta: O que é que você está
fazendo, Paulo? Paulo responde: Quero
que você vá ao meu quarto comigo, ver o que eu
fiz! O que Paulo então solicita? “Qualidade de Tempo”. Ele quer a
atenção total de seu pai e não vai parar enquanto não a conseguir, mesmo que para isso tenha de fazer uma bela cena. Se
o seu (sua) filho (a) pegar algum objeto, embrulhá-lo e der a você com um
brilho todo especial nos olhos, a primeira
linguagem do amor dele, provavelmente, é “Receber Presentes”. Ele (ela)
os concede, porque gostaria de receber algo
em troca. Se você observar seu filho, ou filha, sempre desejoso (a) de ajudar
os irmãozinhos, isso provavelmente significa que a linguagem dele (dela) é “Formas
de Servir”. Se ele ou ela tiver o hábito de elogiá-lo (a)
constantemente, ao afirmar que você está
muito elegante, é um bom pai ou uma boa mãe e que bom trabalho você fez,
são fortes indicadores de que a primeira
linguagem do amor dele (dela) é “Palavras
de Afirmação”. Tudo isso se passa a nível do inconsciente da criança, ou seja, ela propositadamente não pensa: “Se eu
der um presente a meus pais, eles também me darão outro; se eu os tocar, também serei acariciado”; mas o
comportamento dela é motivado por seus desejos emocionais. Talvez tenha
aprendido, por experiência própria, que ao falar ou dizer determinadas coisas, recebe um padrão de reação dos pais.
Portanto, o que ela faz ou diz tem o objetivo de suprir suas necessidades
emocionais. Se tudo prosseguir normalmente e suas necessidades emocionais forem supridas, tudo se encaminhará para que se tornem adultos responsáveis. Porém,
se a carência emocional não for
suprida, podem chegar a violar determinados padrões, ou expressar a ira contra
seus pais, por eles não terem suprido
suas necessidades. Isto também os levará a procurar amor em lugares
inadequados. Um psiquiatra que me falou pela primeira vez do “tanque do amor” emocional, diz que durante os
muitos anos em que tratou de adolescentes envolvidos em comportamentos sexuais irregulares, havia entre eles algo cuja carência
afetiva deveria ter sido suprida pelos pais. Sua opinião era que praticamente
toda conduta sexual irregular em adolescentes
tinha sua raiz em um “tanque” do amor emocional vazio.
Por que, quando os filhos ficam mais velhos, nossas “Palavras
de Afirmação” tornam-se palavras de condenação?
Você já
reparou esse tipo de coisa ocorrer em sua comunidade? Um adolescente foge de casa. Os pais levantam suas mãos para o alto e perguntam: “Como ele
pôde fazer isso comigo, depois de tudo o que realizei por ele?” Aquele adolescente, porém, a vários quilômetros de distância,
abre o seu coração para algum conselheiro e diz: “Meus pais não me amam. Eles nunca gostaram de mim. Eles amam meu
irmão, mas jamais gostaram de mim.” Será que
estes pais amam aquele adolescente? Na maioria dos casos, sim. Então,
onde está o problema? Quase sempre este
tipo de situação ocorre quando os pais não sabem comunicar seu amor em uma linguagem que o filho possa entender.
Talvez eles comprem luvas de boxe e bicicletas para mostrar seu amor, mas talvez o filho grite: “Por favor, alguém
deseja jogar bola comigo!?” A diferença entre
comprar uma bola e jogar com seu filho pode ser um “tanque” do amor
cheio ou vazio. Os pais procuram, sinceramente, amar seus filhos (a maioria
deles age assim), mas somente sinceridade
não adianta. Precisamos aprender a falar a primeira linguagem do amor
de nossos filhos, se quisermos suprir-lhes
sua necessidade emocional de amor. Olhemos para as cinco linguagens do
amor, no propósito de compreendermos nossos
filhos:
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