quinta-feira, 18 de abril de 2013

AS LÍNGUAGENS DO AMOR-P/52


                           

                                              AS LÍNGUAGENS DO AMOR-P/52        

Palavras de Afirmação no casamento

Normalmente os pais dizem “Palavras de Afirmação” a seus filhos quando eles ainda são pequenos. Mesmo antes que entendam a linguagem verbal, já lhes dizem coisas como: “Que narizinho lindo! Que olhinhos mais brilhantes! Que cabelo mais macio”, etc. Quando o bebê começa a engatinhar, elogiamos cada gesto e “esbanjamos” “Palavras de Afirma­ção”. Quando ele começa a andar e apóia-se com uma das mãozinhas no sofá, ficamos alguns passos à sua frente, es­tendemos as mãos em sua direção e dizemos: “Vem, vem, vem”. Isso mesmo... andando, vem até aqui, vem!”. O bebê dá meio passo em sua direção e cai. O que dizemos a ele? Certamente não é nada como “Seu burro! Será que você não consegue nem andar?!” Muito pelo contrário, nossas palavras costumam ser: “Isso mesmo, muito bem!” E dessa forma, a criança levanta-se e tenta novamente. Por que, quando os filhos ficam mais velhos, nossas “Palavras de Afirmação” tornam-se de condenação? Quan­do um deles tem sete anos, entramos em seu quarto e dizemo-lhe que guarde os brinquedos na caixa. Digamos que haja doze objetos pelo chão. Voltamos ao quarto em cinco minu­tos e somente sete estão na caixa. O que então falamos a ele? “Eu lhe disse para guardar esses brinquedos! Se você não fizer isso agora, eu vou...” “Venha cá... e os sete brinquedos que já estavam guar­dados?!” Por que não dizemos: “Muito bem, João, você colocou sete brinquedos na caixa. Muito bem!” Preste atenção, pois certamente os outros cinco brin­quedos também “pularão” em um instante para a caixa! À medida em que os filhos ficam mais velhos, a nossa tendên­cia é condená-los mais por seus erros do que “condecorá-los” por seus sucessos. Para a criança que possui “Palavras de Afirmação” como sua primeira linguagem do amor, nossas palavras ne­gativas, críticas e desanimadoras aterrorizam sua psique. Centenas de adultos por volta dos 35 anos ainda ouvem retinir em seus ouvidos, palavras de condenação proferidas há mais de vinte anos: “Você é muito gorda! Ninguém vai querer namorar você! “Você não estuda! Se continuar assim, poderá ser ex­pulso da escola. Não dá para acreditar que seja tão burro!” “Você é um irresponsável e nunca será capaz de fazer nada direito na vida!” Muitos adultos lutam com sua auto-estima e não se sen­tem amados durante toda suas vidas, quando sua primeira linguagem do amor é violada de forma tão destrutiva. “Qualidade de Tempo” significa dedicar aos filhos aten­ção total. Para uma criança pequena, a forma de falar essa linguagem é sentar-se ao chão com ela e rolar uma bola para lá e para cá. Estamos falando de brincar com carrinhos ou bonecas, de entrar em sua caixa de areia e ajudá-la a cons­truir um castelo; devemos, portanto, penetrar em seu mun­do, fazer as coisas com ela. Talvez você, como adulto, viva em um mundo computadorizado, mas seu filho está no mun­do da fantasia. Você precisa descer ao nível de uma criança, se quiser conduzi-la ao mundo adulto. À medida em que a criança cresce e muda seus interes­ses, você precisa descobrir quais são eles, se deseja suprir suas necessidades. Se o seu novo prazer for basquete, então interesse-se por este tipo de esporte. Se for piano, talvez você precise assistir algumas aulas para ter noções deste instru­mento musical ou, pelo menos, ouvir atentamente enquanto ele treina os exercícios. O fato de dedicar-se atenção total a um filho significa que você se importa com ele, e é importan­te estar ao seu lado, pois aprecia estar junto dele. São muitos os adultos que, ao olharem para trás, para sua infância, não se lembram do que seus pais lhes disse­ram, mas se lembram do que lhes fizeram. Uma rapaz de 21 anos certa vez me disse: “Eu me lembro que meu pai nunca perdia meus jogos na escola. Eu sabia que ele se interessava pelo que eu fazia.” Para aquele homem, “Qualidade de Tempo” era um comunicador de amor extremamente importante. Se “Qualidade de Tempo” for a primeira linguagem do amor de seu filho (a) e você usar esta linguagem para comuni­car-se com ele (ela), haverá grandes chances de que, mesmo na adolescência, permita que você gaste mais tempo com ele. Se você não lhe dedicar “Qualidade de Tempo” nos anos de infância, provavelmente na adolescência ele procurará os ami­gos da turma e afastar-se-á dos pais, os quais, nessa época, vão desejar desesperadamente gastar mais tempo com ele.

                                                         Receber Presentes
Há muitos pais e avós que falam excessivamente a Linguagem dos Presentes. De fato, quando visitamos uma loja de brinquedos concluímos que muitos acham que dar pre­sentes é a única linguagem do amor. Se eles têm dinheiro, a tendência é comprar brinquedos em excesso para os filhos. Há alguns que acham que, realmente, aquela é a melhor for­ma de demonstrar-se amor por uma criança. Alguns pais ten­tam fazer por seus filhos o que seus pais não puderam reali­zar por eles. Compram para eles coisas que desejaram ter quando crianças, mas nunca ganharam. Mas, a menos que “Receber Presentes” seja realmente a primeira linguagem do amor de seu filho, os presentes terão pouco significado emo­cional para ele. Os pais podem até ter boas intenções, mas nem sempre é através de um presente que se supre a necessi­dade emocional de um filho. Se os brinquedos que você dá a seu filho são rapida­mente postos de lado; se ele raramente lhe agradece; se a criança não valoriza o que recebeu, há grandes indícios de que “Receber Presentes” não seja a primeira linguagem do amor dela. No entanto, se ele (ela) lhe agradece efusivamente; se mostra o presente ganho a outros e diz como você costuma dar-lhe bons presentes; se ele é cuida­doso com seus brinquedos, pois guarda-os em lugar de honra no quarto, mantém-nos limpos e brinca bastante tem­po com eles, talvez “Receber Presentes” seja a primeira lin­guagem do amor dele. O que fazer, se você tiver um filho cuja primeira lin­guagem do amor é “Receber Presentes”, e não tiver dinheiro suficiente para comprar vários brinquedos para ele? Tenha em mente que não é a qualidade ou o custo do mesmo que se conta. Muitos presentes podem ser feitos manualmente e, às vezes, as crianças gostam mais desse tipo do que de outros sofisticados. A realidade é essa: Já reparou como as crianças pequenas chegam a brincar mais com a caixa do que com o presente que vem dentro dela? Outra possibilidade é trabalhar com brinquedos quebrados e reconstituí-los. Reformar um deles pode ser um projeto tanto para os pais como para os filhos. Você não precisa ter “rios de dinheiro” para dar presentes ao seu filho.

                                   Formas de Servir

Quando os filhos são pequenos, os pais continuamente utilizam-se de “Formas de Servir” para se relacionar com eles. Se não o fizerem, as crianças às vezes adoecem. Tomar banho, ser alimentado e vestido, tudo isso requer um bom tempo de trabalho nos primeiros anos da vida de um bebê. Além disso, é necessário cozinhar, lavar e passar. Depois che­ga a época das lancheiras, dos ônibus escolares e da ajuda nas lições de casa. Tais coisas não são muito valorizadas por algumas crianças, mas para outras comunicam amor.
Observe seus filhos. Note como eles demonstram amor
por outras pessoas. Isso é uma boa dica para se descobrir a primeira linguagem do amor deles.
Se o seu filho costuma demonstrar apreciação por pequenas coisas que se façam por ele, é uma dica de que elas são emocionalmente importantes para ele (ela). Através de “Formas de Servir” você lhe comunica amor de forma signi­ficativa. Quando você o ajuda com um projeto de ciências, isso significa mais do que uma boa nota. O significado é “meu pai (minha mãe) me ama”. Quando você conserta uma bici­cleta, o que faz é muito mais do que devolver-lhe “as rodas”. Permite que ele saia com o tanque cheio. Se o seu filho cons­tantemente se oferece para ajudá-lo com seus projetos de con­sertos, provavelmente significa que, dessa forma, ele expressa amor, e “Formas de Servir” possivelmente seja sua primeira linguagem do amor.

                                          Toque Físico

Há anos tomamos conhecimento que o “Toque Físico” é um excelente comunicador emocional para crianças. Pes­quisas têm mostrado que bebês que recebem bastante colo desenvolvem-se emocionalmente melhor do que os que não têm este privilégio. Normalmente, os pais e os outros adul­tos seguram o bebê, apertam-no, beijam-no, afofam-no e di­zem-lhe palavras carinhosas. Muito antes de entender o sig­nificado da palavra amor, ele já se sente amado. Abraços, beijos, cafunés, andar de mãos dadas, são formas de comu­nicar amor a uma criança. O abraçar e beijar um adolescente já é diferente do abraçar e beijar uma criança. Ele não gosta­rá disso se você tomar esta iniciativa na frente de seus ami­gos, mas não significa que não queira receber afagos, especialmente se o “Toque Físico” for sua primeira linguagem do amor. Se seu filho adolescente costuma chegar por trás de você e abraçá-lo (a), empurrá-lo (a), agarrar seu tornozelo ao an­dar, mexer com você, essas são indicações de que “Toque Fí­sico” é importante para ele. Observe seus filhos. Note como demonstram amor para os outros. Essa é uma boa pista para se descobrir a lingua­gem do amor deles. Anote os pedidos que lhe fizerem. Mui­tas vezes estarão relacionados com a primeira linguagem do amor deles. Note as coisas que mais gostam, pois também são indicadores para descobrirmos sua primeira linguagem do amor. A linguagem do amor de nossa filha é “Qualidade de Tempo”; portanto, enquanto ela crescia, sempre fazíamos longas caminhadas juntos. Durante o período em que ela estudava na Academia, uma das mais antigas escolas para moças, passeávamos pelo pitoresco bair­ro. Caminhar pelas ruas de pedra transportava-nos para os tempos passados de nos­sa história. Andar pelo antigo cemitério comunicava-nos a realidade entre a vida e a morte. Naqueles anos percorría­mos aqueles locais três tardes por semana e conversávamos muito entre as austeras construções. “Papai, que tal sairmos para dar uma volta?” Nunca recusei seus convites. Meu filho, porém, jamais caminhou comigo. Ele diz: “Caminhar é muito chato! Você não vai a lugar nenhum. Se quiser ir a algum local específico, vá de carro.” A primeira linguagem do amor dele nada tem a ver com “Qualidade de Tempo” dela. Como pais, sempre tenta­mos colocar nossos filhos na mesma forma. Vamos a confe­rências sobre as crianças, lemos livros sobre como ser me­lhores pais, aprendemos algumas boas idéias e queremos chegar logo em casa para colocá-las em prática com cada um deles. O problema é que cada filho é diferente e o que comu­nica amor para um, necessariamente não transmite ao outro. Forçar uma criança a caminhar a seu lado para que você possa ter “Qualidade de Tempo” com ela não comunicará amor. Precisamos aprender a linguagem do amor de nossos filhos se quisermos que eles se sintam amados. Acredito que a maioria dos pais realmente ama seus filhos. Também admito que milhares de pais não consegui­ram comunicar amor na linguagem certa e milhares de cri­anças em nosso país vivem com o “tanque” emocional va­zio. Acho que grande parte das crianças com comportamen­to inadequado tem por trás um tanque vazio. Nunca é tarde demais para se demonstrar amor. Se seus filhos são mais velhos e você percebe que durante anos falou com eles na linguagem errada, por que não comunicar isso a eles? Que tal falar-lhes assim: “Sabe de uma coisa, li um livro sobre como se demons­tra amor e percebi que, durante anos, nunca expressei cari­nho por você da forma mais adequada. Tenho tentado de­ mostrar meu amor através de; porém, agora percebo que essa forma provavelmente não lhe comunicou meu carinho, pois sua linguagem do amor é outra. Chego à conclusão que sua linguagem do amor possivelmente seja. Como você sabe muito bem, eu sempre o (a) amei, e espero que no futuro consiga expressar-lhe isso da melhor maneira possível.” Talvez você queira até explicar as cinco linguagens do amor para eles e conversar sobre a sua e a deles. Talvez seja você quem não se sinta amado (a) por seus filhos mais velhos. Se forem maduros o suficiente para en­tender o conceito das linguagens do amor, sua conversa po­derá abrir-lhes os olhos. É bem provável que se surpreenda com a boa vontade deles em tentar falar sua linguagem do amor e, quando o fizerem, surpreender-se-á como seus sen­timentos e atitudes para com eles começarão a mudar. Quan­do os membros de uma família começam a falar a primeira linguagem do amor um ao outro, o clima emocional aumen­ta grandemente.

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