domingo, 1 de setembro de 2013

O divórcio e o recasamento-P/05—01/09/2013


               A Teologia Bíblica do Casamento

 A Bíblia contempla o casamento como uma instituição criada e validada por Deus e não pelo homem, o qual, no máximo, pode dar reconhecimento jurídico-social as leis que Deus estabeleceu na revelação de Sua Palavra. Por isso, quando há conflito entre a lei de Deus e as conveniências das leis humanas, a opção clara para quem realmente é cristão é se posicionar incondicionalmente ao lado da vontade de Deus revelada em sua Palavra. Não dá para servir a dois senhores, o homem e a Deus, as leis divinas e as leis humanas. Por isso, o primeiro casamento de duas pessoas realmente solteiras é de fato casamento aos olhos de Deus e independe da crença, religião, povo ou cultura onde foi realizado, e se não viola a revelação divina sobre o casamento (aliança baseada em monogamia, heterosexualidade e indissolubilidade, mesmo que, não reconheçam o seu caráter indissolúvel), por definição bíblica, aquele casamento é de fato, "O que Deus ajuntou". Em contrapartida o divórcio seria a criação do homem pagão, e por definição é aquilo que o homem separou aos olhos humanos, porém, o divórcio, da perspectiva bíblica, nem sequer tem o poder de arranhar o vínculo indissolúvel do casamento que de uma maneira, de certa forma misteriosa, independentemente do que venha a ocorrer no casamento, perdura até a morte de um dos cônjuges.
              O CASAMENTO É UMA INSTITUIÇÃO DIVINA
1.     Somente a igreja e o casamento foram as duas únicas instituições formadas e estabelecidas por Deus sem ajuda ou intervenção do homem, por isso, são instituições divinas que o homem não tem o poder de acabar ou anular seus efeitos;
2.     A base da doutrina do Casamento se acha em Gênesis 1 e 2;
3.     Das duas instituições divinas formadas e estabelecidas por Deus na terra, o casamento é a primeira, a mais antiga e a que perdurará até que feche a cortina da história humana aqui na velha terra;
4.     Embora o projeto da igreja tenha sido feito antes da fundação do mundo, só foi oficialmente inaugurada no dia de Pentecostes e será formalmente encerrada como instituição terrena no dia do arrebatamento.
5.     O matrimônio começou no início da história da humanidade e a lei Divina que o estabeleceu no início, nunca foi revogada, nem ao menos mudada, por isso, Cristo ao responder aos fariseus, os fez voltar a lei do casamento estabelecida por Deus no princípio.
6.     De modo que, não importava o que dissessem as escolas teológicas da época representadas por Hillel e Shammai, nem ao menos, deveria ser levada em conta a concessão feita por Moisés baseada na dureza de coração dos judeus, o que importava era a lei estabelecida e não revogada por Deus desde o princípio. (Mt 19:4)
7.     Por isso, queremos começar esta questão, no mesmo ponto em que Nosso Senhor Jesus Cristo começou, em Gênesis, no princípio de tudo.
Observação: Tendo em vista o zelo e fidelidade nas interpretações bíblicas, todas as traduções e definições léxicas e etimológicas de termos hebraicos e gregos, quando não forem citadas outras fontes e autoridades nas línguas originais, foram estraídas do léxico de Strong’s na Bíblia Online.

OS PRINCÍPIOS BÁSICOS DA LEI UNIVERSAL E ETERNA DO CASAMENTO PROMULGADA DEFINITIVAMENTE EM GÊNESIS
Chamo a lei do casamento em gênesis de universal e eterna, porque, como já mencionei acima, nunca foi anulada, substituída, atualizada ou contextualizada, de modo que, se aplica a todos os homens em todas as culturas e em todas as épocas, sem distinção de raça, cor, política, religião, filosofia ou situação espiritual.
1.      O homem foi criado de modo maravilhoso a se adequar perfeitamente ao mundo que Deus tinha criado e a se comunicar com Ele de forma eficiente, obedecendo a um conjunto de leis pré-estabelecidas por Seu Criador. Obedecê-las resulta em bênção, felicidade e vida eterna, desobedecê-las resulta em maldição, infelicidade e morte eterna.
- Uma maneira pedagógica de se entender isso, é entender o aspecto tridimensional da criação do homem. E, independemente de alguém adotar a posição de dicótomo (alma a mesma coisa que espírito) ou tricótomo (alma diferente de espírito), ninguém pode negar o sentido tridimensional do homem.
a)      Cidadão Terreno. Ao fazer o homem do barro, Deus fê-lo cidadão terreno com um sistena físico e sensorial perfeito, que opera pelos cinco sentidos e obedecede a leis da física (gravidade, calor, luz, energia, higiene, alimentação, etc...). Obedecer a essas leis significa vida, desobedecê-las, significa, doença e morte;
b)     Cidadão Racional ou Lógico. Ao dar-lhe a sua imagem e semelhança, Deus comunicou-lhe personalidade com um sistema psicológico, com capacidade para pensar, sentir e decidir conforme a razão ou as leis da lógica. As leis da lógica em geral são de caráter absoluto, e ajudam na tomada de decisões de ordem lógica, por exemplo: se a verdade é boa, a mentira é ruim; para se cultivar deve-se evitar o mal, etc. Agir conforme as leis naturais da lógica significa paz e equilíbrio psicológico, violar essas mesmas leis, significa desajuste, desequilíbrio e finalmente a loucura. 
c)      Cidadão Celestial ou Espiritual. Ao soprar-lhe o espírito, Deus fez do homem um ser espiritual capaz de perfeita comunhão com Ele, comunhão está que é condicionada por leis espirituais reveladas ao homem de modo especial em Sua Palavra, a Bíblia Sagrada, onde está o plano perfeito de Deus, para todas as áreas da vida humana. Agir conforme as leis espirituais reveladas por Deus em Sua Palavra significa bênção, felicidade e vida eterna. Violar as leis espirituais de Deus reveladas em Sua Palavra significa maldição, infelidade e morte eterna.
        A perfeita
felicidade e bênçãos na vida, no casamento e em qualquer situação são fruto da graça Divina, pois Adão e Eva nada fizeram para serem criados a imagem e semelhança de Deus, como as criaturas mais exaltadas da terra e numa vida de condições perfeitas e adequadas à perfeita felicidade, porém, a continuação no gozo da bênção Divina e felicidade paridisíaca estavam condicionadas a obediência ao plano original de Deus;
Gn 1:26-27,31Também disse Deus: Façamos ( hse – ‘asah – fabricar, construir, elaborar, criar) o homem à nossa imagem (Mlu – tselem – aparência, semelhança ), conforme a nossa semelhança (twmd - demût – aspecto, imagem); tenha ele domínio (hdr – radah – domínio com a idéia de governar, ordenar e subjugar.) sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra. Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. ... Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito (dam -meôd – muito, excessivamente) bom (bwj – tôb – bom, o melhor, belo, precioso, favorável, alegre, próspero. )”.
Gn 2:7- Então, formou (ruy - yatsar – modelou, agiu como ceramista ou oleiro, tornou, elaborou) o SENHOR Deus ao homem do da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente”.
Gn 2:7- “... da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás”.
As palavras usadas por Deus foram divina e maravilhosamente escolhidas de modo a provarem várias coisas, entre elas:
(1)  Que o ser humano não é resultado de uma absurda combinação de tempo mais acaso através de processo evolutivo;
(2)  Que teve um ínicio planejado inteligentemente visando a finalidades igualmente inteligentes e em condições muitissimamente boas ou excessivamente favoráveis, alegres, prósperas, belas, e preciosas, de modo a proporcionar perfeita felicidade;
(3)  Que esta vida muitíssimo boa dependeria do homem se manter debaixo da soberania Divina, no sentido, de que se toda a criação fosse usada segundo a regulamentação divina, poderia produzir o máximo de felicidade,
(4)  Em seguida, Deus revela, que o contrário, também, seria verdade, a violação do seu plano original produziria o máximo de infelicidade, não só a maldição mas até a morte.
(5) Já desde esse início aprendemos que a graça Divina, Seu favor imerecido e impagável, não é um dispositivo legal para os pecadores se rebelarem atrevidamente contra Deus e ficarem impunes. O estado de graça é poder de Deus que nos possibilita a vivermos vida santas e não pecar para que a graça seja mais abundante. O conceito paulino de graça não implicava apenas em salvação, mas, também em santificação.
Romanos 5:1-2 – “Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante? De modo nenhum! Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos?”.
2.   A capacidade intelectual para viver sabiamente e resolver e dominar problemas foi dada ao homem, quando Deus o criou a sua imagem e semelhança. Um exemplo da autoridade e capacidade humana para dominar a terra é vista na tarefa de nomear todos os animais dada Adão.
Gn 2:20aDeu nome o homem a todos os animais domésticos, às aves dos céus e a todos os animais selváticos”;
- Deus colocou o homem numa posição de autoridade ao dar a responsabilidade de dar nome a todos os animais criados. Isso pressupõe várias coisas:
1a) Dar nome na antiquidade representava poder e autoridade; Sobre isso diz Derek Kidner: “O ato de dar nomes aos animais, cena que retrata o homem como monarca sobre tudo que vê, revela-o acentuadamente como um ser social, feito para ter comunhão, não para exercer força; não viverá enquanto não amar, dando-se (v 24) a outro ser do seu nível.”  [i]
2a) Dar nome a todos os animais criados era uma tarefa colossal e que exigia uma grande inteligência. A capacidade intelectual de Adão podia ser usada ao nível máximo antes da queda, por isso a tarefa lhe seria normal;
3a) Dar nome exige estudar o objeto a ser nomeado, fazer comparações. Enfim, fazer uma análise inteligente que ligasse o animal ao nome que lhe fosse dado;
3.   A capacidade extra-ordinária do homem se mostrou incompleta, pois exigia e dependia de um complemento pessoal, único e adequado.
Gn 2:20bpara o homem, todavia, não se achava uma auxiliadora que lhe fosse idônea”.
A profunda análise que Adão deve ter feito de todos os animais para então dar-lhe nomes, trouxe-lhe perplexidade, pois, percebia que apesar de todos os animais serem maravilhosos, nenhum deles era adequado como uma companhia idônea, ou alguém, com quem pudesse compartilhar sua vida.
- Kidner tenta interpretar o que realmente causava o vazio produzido em Adão ao perceber sua carência de uma ”auxiliadora idonea”: “...amar, dando-se a um ser do seu nível. Assim a mulher é apresentada integralmente como sua associada e sua réplica.” 
Deus não havia dito nada a Adão, quanto a sua necessidade de um complemento que o completasse, pois queria que ele descobrisse sozinho, que Deus o tinha criado da forma como o criou, para ser a outra metade de outra pessoa. Adão, após perceber que lhe faltava este complemento, ficou perplexo, de que entre todos os animais criados e que ele acabara de nomear, não se encontrava o seu complemento.
Outra coisa que Adão, muito mais inteligente que nós, deve ter percebido, é que se no meio de todos os seres criados não se encontrava a sua “auxiliadora idônea”, somente Deus podia dar-lhe a companheira, cuja falta, lhe causava tanta solidão.
4.   Deus o idealizador do casamento, também criou os cônjuges idôneos um para o outro, sem ajuda ou intervenção humana, e ambos com valor e dignidade pessoal iguais.
Gn 2:21aEntão, o SENHOR Deus fez cair pesado sono sobre o homem”,
Deus criou os cônjuges sem intervenção ou ajuda humana, primeiramente o homem, e depois a mulher, por isso coloca o homem para ficar inconciente. Podemos imaginar, como teria criado à mulher se o homem, começasse a dizer a Deus como ele queria que a mulher fosse. Portanto, a mulher é a companheira mais perfeita que o homem poderia ter, porque foi feita por Deus exatamente para lhe ser idônea.
Deus diz que aos que confiam no Senhor, Ele supre as suas necessidades até enquanto dormem (Sl 127). Aqui é um exemplo. Para os que se sentem solitários não há razão para desespero e atos desatinados de tentar suprir a solidão de qualquer jeito. Quando as coisas são da vontade de Deus, não é necessário se violentar nenhum mandamento da lei divina para ter nossa carência suprida. Adão poderia ter usado vários métodos de suprir suas carências afetivas e hormonais, utilizando-se de auto-erotismo ou até mesmo bestialidade, no entanto, vemos que Adão, embora perplexo por não conseguir encontrar uma companheira, decidiu esperar em Deus, e no tempo próprio, não sabemos quanto tempo durou para Adão dar nomes a todos os animais da terra, aves dos céus e seres aquáticos, talvez muito tempo em que teve de curtir dolorosa solidão, o que sabemos é que durante todo esse tempo ele não foi acusado de ter cometido nenhum ato que desagradasse a Deus.
Gn 2:21b – “e este adormeceu; tomou uma das suas costelas e fechou o lugar com carne”.
Deus poderia ter feito a mulher de uma grande variedade de materiais disponíveis após a criação, porém, Deus fez questão que ela fosse feita de um pedaço do homem, pois somente assim ela poderia ser uma extensão ou complemento perfeito do homem.
- Outra verdade a se salientada aqui é que apesar da mulher ter sido criada após o homem, e como um complemento para ele, e como Paulo disse, que a mulher é a glória do homem, o fato de ter sido tirada da costela (o lado, representando companheirismo e igualdade de dignidade) e não dos pés (inferioridade) ou da cabeça (superioridade), levou Paulo, a declarar que a posição ou status da mulher é de uma companheira no mesmo nível de valor pessoal e dignidade do homem.
I Co 11:7-9 – “Porque, na verdade, o homem não deve cobrir a cabeça, por ser ele imagem e glória de Deus, mas a mulher é glória do homem. Porque o homem não foi feito da mulher, e sim a mulher, do homem. Porque também o homem não foi criado por causa da mulher, e sim a mulher, por causa do homem”.
I Co 11:11-12 – “No Senhor, todavia, nem a mulher é independente do homem, nem o homem, independente da mulher. Porque, como provém a mulher do homem, assim também o homem é nascido da mulher; e tudo vem de Deus”.
Gl 3:28 – “Dessarte, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus”.
5.   Ao criar Eva de uma parte do corpo de Adão, Deus estava separando algo dele, do qual seria criado o equivalente exato daquilo que ele precisava.
Gn 2:22a – “E a costela que o SENHOR Deus tomara ao homem”,
 É exatamente no casamento, que homem e mulher, passam a ser uma unidade, o complemento perfeito um para outro, assim como Eva, antes a costela ou parte tirada de Adão, volta a ser uma unidade com ele de uma forma inteiramente nova e satisfatória através da união sagrada do matrimônio.
Alguém pode dizer que estou tentando criar uma interpretação  romântica ou irreal desta passagem em gênesis, ao dizer que a mulher foi criada para ser uma extensão do marido, porém, o apóstolo Paulo disse exatamente isso, quando afirmou, que o homem que ama a sua esposa ama a si mesmo. Isso é impressionante, a tal ponto, que Paulo vê esta fantástica união entre marido e mulher, como um dos mistérios da Bíblia, ou seja, está entre aquelas coisas reveladas por Deus, em que entendemos até certo ponto, e daquele ponto em diante, temos de aceitar porque Deus revelou, embora não entendamos bem. Paulo usa a mistériosa união entre o marido e a esposa para ilustrar a igualmente misteriosa união entre Cristo, o esposo, com sua esposa a igreja.
Ef 5:28-32 - “Assim também os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si mesmo se ama. Porque ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida, como também Cristo o faz com a igreja; porque somos membros do seu corpo. Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne.Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à igreja”.
(Gn 2:22c) assim diz:
Quando Deus terminou essa nova criação, Ele ‘a deu’ em casamento ao seu marido, estabelecendo assim a eternamente significativa instituição do casamento. Uma vez que o Criador institui o casamento, este constitui um relacionamento sagrado do homem com a mulher, envolvendo profundo mistério e proclamando sua origem divina. O amaroso coração de Deus sem dúvida se regozijou com a instituição de um relacionamento que devia ser sublime, puro, santo e agradável ”.
6.   O princípio universal e eterno da santidade e exclusividade do estado de casamento foi determinado por Deus desde o princípio, para ser uma união exclusivamente baseada em monogamia, heterosexualidade e indissolubilidade. Este caráter único e exclusivo da união matrimonial foi definitivamente estabelecido por Deus, quando Ele criou apenas uma única Eva, para um único Adão e por este ato condenava todas as outras formas de expressão sexual fora do casamento legítimo e qualquer outro tipo de união, inventada pela dureza do coração humano, que tivesse a vil pretensão de substituí-lo.
Gn 2:22b – “transformou-a numa mulher e lha trouxe”.
- Por esse ato de transformar a costela de Adão numa única mulher :
a)      Deus condena a homossexualidade, pois, em vez de criar um homem para suprir as carências sociais e afetivas de Adão, Deus criou uma mulher.
b)      Deus condena a poligamia, pois, criou apenas uma e não muitas Evas para Adão.
c)      Deus condena o auto-erotismo (masturbação), pois, criou uma mulher para suprir sua necessidade de expressar seu erotismo no matrimônio, que é diferente da pecaminosa sensualidade do auto-erotismo.
d)     Deus condena a bestialidade, pois, se sexo com animais fosse válido, o mundo estava cheio de animais e não precisava ter criado a mulher.
e)      Na seqüência da ordem dada por ocasião do casamento de Eva e Adão, percebe-secondenação de Deus não só ao adultério (sexo após o casamento), mas, também a fornicação ou sexo pré-marital (entre namorados ou noivos ou em concubinato), pois, somente após abençoá-los (casá-los), Deus ordenou que se fecundassem.
f)       Deus, ainda, condenou de modo indireto, o divórcio e o recasamento, no ato de criar apenas uma mulher para Adão e fazê-la de modo idôneo, ou seja, uma mulher que não precisava ser substituída ou trocada por outra, pois era tudo quando o homem precisava. Mesmo, após a queda, o homem não precisa trocar ou substituir a mulher, pois ela é tudo quanto ele precisa, e se após a queda ela apresenta falhas, ele também as apresenta.
Gn 1:27-28 – “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra”.
g)      Enfim, a Bíblia condena tanto por mandamento como por princípios, toda forma de expressão sexual fora do estado indissolúvel, abençoado e selado por Deus, o casamento monogâmico e heterosexual.
- Sobre o caráter monogâmico e indissolúvel do matrimonio, comentando a expressão de Deus, “Por isso... o homem ... se une (deibaq – colar-se a) à sua mulher. (Gn 2:24) assim diz:
O criador estabeleceu base completa para o casamento monogâmico. Rashi o grande comentador hebreu, declara que estas palavras são um comentário específico do Espírito Santo. O comentário final sobre a união de marido e mulher foi feito por nosso Senhor, quando disse: ‘Por isso deixa o homem a seu pai e sua mãe, e unir-se-a a sua mulher. E serão os dois uma só carne; e assim já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem’ (Mc 10:7-9). Deus planejou que os laços do matrimônio deveriam ser terminantemente indissolúveis. ‘Se une’ (deibaq) significa ‘colar-se a’ sua esposa. A palavra ‘mulher’ está no singular. O homem, que é o mais forte de uni-se a ela. A esposa ficará segura ao marido...’o que Deus ajuntou não o separa o homem’. Esta é uma declaração antiga, mas é verdadeiramente a palavra de Deus para todos os corações da atualidade e para sempre”. 
7.   Somente o plano e a vontade de Deus no matrimônio monogâmico e heterosexual pode trazer verdadeira felicidade e realização aos olhos de Deus.
Adão após ver o que Deus tinha criado como sendo “a auxiliadora idônea” que de fato, seria o complemento perfeito para uma unidade conjugal, simplesmente deslumbrado, bradou triunfante, que tinha afinal encontrado a sua outra metade, ou a extensão de si próprio: “osso dos meus ossos e carne da minha carne”.
É baseado neste texto que Nosso Senhor Jesus, fala do matrimônio como algo que Deus uniu. Neste ponto, gostaria de ilustrar a unidade matrimonial com as peças de um quebra cabeça que embora de aparencia diferentes e outras apenas parecidas, todas elas se encaixam perfeitamente formando uma unidade, uma única figura. As muitas peças parecidas, só podem ser encaixadas nos lugares certos. Assim é com os cônjuges após o casamento, cada um representa a metade de um quebra-cabeça, e que somente os dois poderão completar a imagem da unidade conjugal definida e selada por Deus no dia em que se comprometeram através da aliança matrimonial.
Segundo autoridade da língua hebraíca e vários comentaristas e estudiosos bíblicos, o verbo “unir” usado na expressão: “se une à sua mulher”, é equivalente a colar de modo que não pode descolar sem arrancar pedaços de ambos, ou prejudicar seriamente a ambos. Portanto, ainda, usando a ilustração do quebra-cabeças, as peças correspondentes ao marido após o casamento ganham formas de natureza que só se encaixam na formas da esposa, de modo que não são apenas encaixadas umas nas outras, mas são mesmo coladas, de modo que descolá-las, só conseguirá mutilar a imagem conjugal sem conseguir desfazê-la, e qualquer recasamento, seria como tentar encaixar peças de forma quadrada em peças que exigem formas arredondadas.
8.   Casamento para Deus, embora envolva o aspecto humano (cerimônia (Instituição social baseada na exigência legal do país ou região onde se mora e religiosa), cartório (para alguns o casamento se resume a apenas um pedaço de papel ou um contrato entre duas partes), sexo (rebaixamento do casamento a mera conjugação carnal, ou ato sexual), etc...) é muito mais que conveniência social, jurídica, financeira, sexual, mas é uma aliança selada e testemunhada por Deus, na qual Deus cumpre o seu propósito original de que um homem e uma mulher se tornem uma unidade indissolúvel para constituir uma família legítima, base única da estabilidade da sociedade.
Gn 2:24  - “Por isso... o homem ... se une (deibaq – colar-se a) à sua mulher.
Malaquias 2:14 - se refere ao casamento como uma aliança - "E perguntais: Por que? Porque o Senhor foi testemunha da aliança entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher da tua aliança".
Este conceito divino de casamento, não é desfeito se de repente o casal decidir  agir no casamento de uma forma desautorizada por Deus tentado desligar o que Deus uniu indissolúvelmente. Deus fez o casamento indissolúvel, porque já conhecia a natureza leviana e infiel do homem caído, por isso, a única maneira de proteger a família era mantendo a validade permanente do casamento enquanto os cônjuges vivessem e quem tentasse alterar isso, sofreria as duras conseqüências pela violação do plano original de Deus, e não, ser premiado com um novo casamento.
Ainda, o casamento é indissolúvel pela própria natureza da união que liga marido e mulher, que não pode ser desfeita, porque essa união quando foi feita por Deus, uma parte passou a ser da outra, como se a outra fosse um pedaço de si mesmo, de modo, que separá-las seria igual, a arrancar um órgão do próprio corpo de cada um deles. De modo, que cônjuges separados são de fato cônjuges mutilados ou violentados em suas personalidades, existência e posição perante Deus. Sobre o fato, de Deus ter provido para Adão um ser da sua mesma substância, prova que ele deseja que os dois fossem uma unidade inseparável. Sobre a substancia de Adão e Eva, Derek Kidner afirma: “...uma auxiliadora idônea...pelo fato de que Eva é da mesma substância essencial de Adão, sendo contudo um ser inteiramente novo”.
O casamento é visto como uma aliança condicionada e sacramentada por Deus.
a)      Aliança é o termo Bíblico que descreve a relação homem e Deus no processo de salvação. Também, tornou-se um instrumento para firmar as condições dos relacionamentos humanos dentro de certas situações:
(1)    A aliança entre um Soberano e outro rei debaixo de sua autoridade. Na antiguidade eram chamados de tratados de Suzerania, onde um soberano impunha as condições de relacionamento com o rei vassalo.
(2)    As alianças dos tratados de suzerania não podiam ser quebradas sem atrair penalidades severas do rei suzerano sobre o rei vassalo e sei povo.
b)      A Bíblia ensina claramente que a aliança do casamento é mais que uma aliançca entre marido e mulher, mas é uma aliança chamada em provébios de “a aliança com Deus”, e é neste texto, que Deus, chama de adultéria a mulher que se divórcia deixando o amigo da sua mocidade. Veja esta séria advertência de Deus aos que se deixam levar pelas palavras lisongeiras dos divorciados:
Pv 2:16-7 – “para te livrar da mulher adúltera, da estrangeira, que lisonjeia com palavras, a qual deixa o amigo da sua mocidade e se esquece da aliança do seu Deus”;
c)      Para os que escolhem entrar neste estado, desde que o casamento é uma concessão e não uma obrigação, é uma aliança imposta pelo Soberano Deus sobre o seu o homem, que é seu vassalo ou servo, de modo, que o vassalo não pode quebrar esta aliança, e se tentar fazê-lo, o máximo que conseguirá é desagradar o seu Soberano atraindo suas maldições.
d)     Quando alguém entra numa aliança incondicional (aquela que Deus diz que nenhum homem pode quebrar – tem de ser levada a efeito até o fim da vida. Esse é o caráter bíblico da aliança do casamento, um caráter incondicional, “aos que Deus uniu não o separe o homem”.
e)      De modo que, quem consente em entrar na aliança matrimônial, mesmo que o faça por ignorância ou na época de descrentes, de fato assume um compromisso inescapável. A Bíblia fala que Deus fez uma aliança conosco. E essa aliança é um vínculo inquebrável com Deus. Deus não quebra aliança e não nos permite quebrá-la também. Quando alguém que está em aliança com Deus desobedece e não aceita as condições estipuladas por esta aliança, a conseqüência é a maldição, mas Deus não quebra Sua aliança.
- O casamento é uma aliança, e por isto não podemos tratá-lo a nosso próprio gosto.
9.   Os laços do matrimônio são mais fortes e poderosos que os laços familiares envolvendo pais e mães.
Gn 2:24a – “Por isso, deixa o homem pai e mãe”.
- Isso prova que o casamento não é apenas praticar relações sexuais, nem apenas legalizar a relação entre homem e mulher num cartório. É a criação de uma nova família que ganha precedencias a todas as outras relações sociais. Esta nova família acarreta responsabilidade bem maiores do que as impostas pelos cônjuges ou das responsabilidades impostas pelo contrato de casamento.
A exclusividade do vínculo que une marido a mulher é tão forte, que faz romper aquele vínculo profundo que une um filho a seu pai, e em especial a sua mãe, que lhe deu a vida.
Gn 2:24b – “e se une à sua mulher”.  
 “A união matrimonial de ambos deve ser um laço exclusivo (um homem deixa...Gn 2.24) e (...se une), e selado por Deus (uma só carne; cf. Mc 10:8); pois ´próprio Deus´, como pai da noiva, leva a mulher ao homem)
10.               O vínculo que une marido e mulher, como “uma só carne” vai muito além da expressão da sexualidade dentro do matrimônio, e envolve a união sagrada da personalidade inteira de ambos os cônjuges.
Gn 2:24c – “tornando-se os dois uma só carne.        

- Paulo usou a expressão “ deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne” com um “grande mistério”. O apóstolo Paulo fica tão maravilhado com a força e poder do vínvulo matrimonial, que a tem na conta de um “grande mistério”. Essa reação e atitude do grande apóstolo Paulo, diante da expressão matrimonial “uma só carne”, contrasta totalmente com a atitude ridicula e antibíblica alguns pastores e teólogos têm reduzido a expressão “uma só carne” a apenas “relacionamento sexual”. Assim, fazendo a expressão perder o seu significado real, desprestigiando o casamento e favorecendo o divórcio.

Ef 5:31-33 - “Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne. Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à igreja. Não obstante, vós, cada um de per si também ame a própria esposa como a si mesmo, e a esposa respeite ao marido.”



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