segunda-feira, 4 de novembro de 2013

O divórcio e o recasamento-P/12—04/11/2013



                        A CARTA DE DIVÓRCIO
ROBERTSON (Grande autoridade no Grego do NT)
Mt 5:31 – “{A CARTA DE DIVÓRCIO} (apostasion), "um certificado de divórcio" (Moffatt), "um anuncio  escrito de divórcio" (Weymouth).
No grego é uma abreviação de biblion apostasiou (Mt 19:7; Mc 10:4).
Na Vulgata é "libellum repudium". O papiro usa suggraphˆ apostasiou em transações comerciais como "um contrato de liberdade" (veja _Vocabulary_ do Moulton e Milligan, etc.) O documento por escrito (biblion) era uma proteção para a esposa contra um capricho de um marido zangado que poderia mandá-la embora sem um documento que mostrasse o motivo para isto”... “A carta de divórcio, (biblos), um rolo de papel ou documento (papiro ou pergaminho) era uma proteção para a esposa divorciada e uma restrição à frouxidão. 
O  divórcio, foi criado no mundo pagão para dar direito de divorciar e recasar, conceito assimilado pelos judeus quando eram escravos do Egito. Nota-se pelo comentário de Robertson, que neste ponto concorda com o Dr. Loyd Jones  , que o divórcio já era praticado largamente pelos hebreus, quando a lei de Dt 24:1-4 foi dada, pois um caos familiar e social tremendo estava em andamento.  Por isso, para restringir este caos social e familiar, que é a conseqüência lógica do divórcio e recasamento em todos as nações e lugares aonde foi implantado, foi que Moisés visando proteger o casamento defendendo a primeira família abandonada pelo divorcista, e especialmente, proteger a mulher de ser falsamente acusada por ele de adultério, o que implicaria em sua própria morte, concedeu que se fizesse um documento que amparasse a família injustiçada, documento que era prontamente usado para recasamentos, isso por causa da dureza pagã dos corações dos isralitas, de modo que, mesmo na época de Moisés, conforme Dt 24:1-4, as palavras relacionadas a divórcio eram restrição, contaminação e abominação e nunca facilitação.
Ainda convém salientar, que se uma mulher for acusada de adultério pelo marido que quer arranjar uma desculpa para se divorciar, diferentemente das israelitas, essa mulher não está sujeita a apedrejamento por culpa de adultério, portanto, não teria essa desculpa para se divórciar. E quanto à manutenção dos filhos, mesmo sem ser divorciada, pode requerer a pensão dos filhos do marido que dela se separou, ou seu direito nos bens comuns do casal, através de uma separação judicial, que diferentemente do divórcio, torna-se mais fácil haver uma restauração do casamento.
NEM HILLEL, NEM SHAMAI, NEM MOISÉS, MAS O CRIADOR.
Nosso Senhor Jesus Cristo, quando confrontado com a questão do divórcio, não se situou, nas opiniões divergentes das duas escolas farisaícas de Hilel e Shamai, Ele chamou a atenção de todos para o pensamento e caminho original de Deus nos primeiros capítulos de Gênesis.  Foi por essa razão que Cristo veio dar Sua vida por nós, para que vivamos, não segundo as concessões feitas à dureza do coração do homem, como no tempo de Moises, mas para que, vivamos como Deus determinou desde o princípio. No profeta Isaías, Deus confronta os seus superiores pensamentos e infalíveis caminhos, com os pensamentos rasteiros e caminhos fadados ao fracasso do homem.   Escutemos o que Deus tem a dizer claramente em sua Palavra sobre as idéias e soluções do homem em relação as suas idéias e soluções: “Deixe o perverso o seu caminho, o iníquo, os seus pensamentos; converta-se ao SENHOR, que se compadecerá dele, e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em perdoar. Porque os meus pensamentos (a verdade imutável e eficiente de Deus) não são os vossos pensamentos (teorias loucas e ineficientes), nem os vossos caminhos (paliativos, remendos mau feitos), os meus caminhos (soluções definitivas), diz o SENHOR, porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos. Porque, assim como descem a chuva e a neve dos céus e para lá não tornam, sem que primeiro reguem a terra, e a fecundem, e a façam brotar, para dar semente ao semeador e pão ao que come, assim será a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia (cumprirá perfeitamente o propósito de Deus), mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a designei”. (Is 55:7-11).
O Senhor JESUS CRISTO, como que desprezando os pensamentos, soluções e opiniões dos homens sobre o assunto, quer fossem de caráter religioso, filosófico, ético ou legal, conforme a jurisprudência vigente em Israel ou no império Romano, de propósito e de modo inesperado, não entrou no mérito da questão de quem estava certo ou errado em relação aos motivos para divórcio e recasamento, Ele, simplesmente os confrontou com a Toda Suficiente e Sempre Relevante Palavra de Deus, a Única e Definitiva Autoridade, que suplanta qualquer outra lei ou opinião. Veja o episódio seguinte, e note como o Senhor Jesus tratou desta questão, pondo de lado, as opiniões capiciosas e carnalmente conveniêntes dos teólogos e doutores da lei da época, os escribas e fariseus, confrontando-os diretamente com a vontade de Deus declarada em Sua Palavra.
"Vieram a ele alguns fariseus e o experimentavam, perguntando: É lícito ao marido repudiar a sua mulher por qualquer motivo? Então, respondeu ele: Não tendes lido que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher e que disse: Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne? De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem". (Mt 19:3-6). Em outras palavras, o que Jesus estava querendo dizer, é que, não importa o que os homens digam ou deixem de dizer sobre o divórcio e o recasamento, pois a verdade de Deus, não precisa do apoio humano para ser verdade, e nem deixa de ser verdade se os homens não crerem na mesma, acharem-na absurda ou não a acharem justa, de fato, o que no final das contas terá a bênção e aprovação de Deus, e por isso é a única coisa que realmente importa, é o que Deus realmente diz em Sua Palavra, o que foi seu plano “no princípio”, pois Deus é imutável, e se o seu plano era bom e justo, com certeza, nem Ele e nem Cristo, iriam mudá-lo, por um plano que o homem achou, mais “humano”, mais “justo”, mais “conveniente” aos atuais ventos e ondas culturais.  Neste ponto, é bom lembrar, o que Cristo disse acerca da lei, ou seja, que não havia vindo revogar ou mudar a lei, mais, cumprí-la, de modo, que ao se posicionar severamente contra o divórcio e recasamento, não estava contrariando a nenhum mandamento dado na lei de Moisés, pois, na Lei Mosaica, não há nenhum mandamento mandando alguém se divórciar, e basta uma olhada superficial em Dt 24:1-4, e veremos, que não há um só mandamento para alguém se divórciar, apenas, Moisés, diz que se alguém viesse a repudiar sua mulher, o que Cristo, disse, ser uma violação do plano original de Deus, que cumprisse suas responsabilidades com o cônjuge e filhos que estava a repudiar, através de uma carta de divórcio.  Em Dt 24:1-4, só há um mandamento, que é proibindo a mulher repudiada e contaminada pelo recasamento voltar ao cônjuge original, deixando claro, que para Deus, o recasamento está carregado de impureza e contaminação, por isso, fora a esse mandamento, de não receber de volta a mulher contaminada, o texto, mostra que não há nenhum mandamento que dê direito alguém se divórciar e muito menos recasar. Uma das regras mais sadias de hermeneutica, é não tirar um ensino ou doutrina, daquilo que o Velho Testamento apenas registrou sem fazer um juízo de valor, e nesse caso, Moisés em Dt 24:1-3, Moisés apenas registra a imitação pagã do Egito, feita pelos israelitas duros de coração e faz provisão através da carta de divórcio para dar proteção a família a abandonada, e não para cercar de direitos aquele que estava abandonando sua família. Naquele estágio da história da salvação e da revelação progressiva, Deus iria tolerar a carta de divórcio, por algum tempo, isso por que ela representava uma rebeldia e profanação do seu plano original, porém, que, com o advento de Cristo e da multiforme graça de Deus no Novo Testamento, Ele próprio, Nosso Senhor Jesus, faz com que tiremos os olhos da época caótica e paganizada na vida dos Israelitas sob a liderança de Moisés, também, faz com que não levemos em conta as polêmicas e questionáveis escolas de Shamai, Hillel, e ainda mais, faz com que desconsideremos tudo que a teologia e antropologia de nossa apóstata época tem inventado, e nos remete diretamente ao “princípio” ao Gênesis, onde o Criador, por um ato soberano casou o primeiro casal, e soberanamente decretou a indissolubilidade do casamento para toda a raça que viria a seguir, tanto antes como depois da queda, quer fossem crentes ou descrentes :
“Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne”. (Gn 2:24).
Nosso Senhor depois de citar Gn 2:24, dá a este texto uma interpretação até hoje insuperavel, defendendo o caráter único e indissolúvel do casamento, declarando que a fusão ocorrida no casamento é tão espetácular que escapa a lógica ou compreensão humana: “De modo que já não são mais dois, porém uma só carne”. Aqui Cristo, usa a estranha matemática divina, que no caso da Santissíma Trindade, faz que 1 + 1 + 1 seja igua a 1, em vez de 3, e no caso do casamento, faz que 1 + 1 seja 1 em vez de dois. E, é exatamente Deus, o Soberano Criador do Universo,  o autor do incrível  resultado desta estranha soma que faz com que um homem e uma mulher casados se tornem indissoluvelmente um, de modo que nenhum homem ou lei humana possa separar, de modo que a conclusão de Cristo a favor da indissolubilidade do casamento se torna clara e evidente, ao sentenciar:
“Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem”. (Mt 19:5,6)
         A palavra “juntou” suzeugnumi (suzeúgnumi), significa:  “unir juntos ou juntamente; atar, ligar, ama-rar, unir em um jugo; unir uma parelha de bois em um jugo; unir duas coisas formando uma unidade, [e de modo especial fala] dos laços do casamento”. 
 Por isso, querido irmão, com problemas conjugais, quem sabe já vitimado por um divórcio indesejado. Por amor de sua alma, e pelo bem do Reino de Deus, não se deixe levar pelas “bondosas e caridosas” saídas arranjadas para que você consiga no final das contas o que você quer, porém, tudo baseado nas areias movediças e abismáticas da palavra dos homens, e não na rocha eterna e bem-aventurada da Palavra de Deus. Obedeça a voz soberana do Senhor e Criador do Universo: “o que Deus ajuntou não o separe o homem”.
O VINCULO OU LIGAÇÃO FEITA ENTRE O HOMEM E MULHER QUE SE CASAM PELA PRIMEIRA VEZ, E TÃO FORTE E PODEROSO, QUE NENHUM HOMEM OU INSTITUIÇÃO DA TERRA  PODE DESFAZER.
“De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem”. (Mt 19:6)
Esse “não o separa homem”, inclui você, o seu cônjuge, o juiz que declara o divórcio, e especialmente a igreja e o pastor que o apoio num divórcio e até fazem o recasamento. Lembre-se que Cristo, disse que nesta questão será levado em conta não o que Moisés, os fariseus, Shamai, Hillel, ou teologos e pastores divorcistas e recasacionistas da igreja pós-moderna dizem, aprovam ou desaprovam, mas Ele, o Nosso Senhor,  nos remete diretamente ao Eterno e Soberano Criador em seu ato e  palavras absolutamente autoritativas declaradas no princípio, de modo, que  é a Ele, o onisciente Deus, que não se deixa enganar, a quem teremos de prestar contas, e, volto a repetir,  Com Ele, as nossas desculpas e exegeses esfarrapadas e claramente apostatadas do ensino de Cristo e de Paulo, não vão funcionar. 
O apóstolo Pedro nos lembra, que o juízo começa pela casa de Deus. O Senhor diz em Sua Palavra, que quando alguém quer uma coisa, e luta passando por cima de tudo para tê-la, há grande probalidade de consiguí-la, todavia, será isso mesmo que há de definhar-lhe a alma. Quantas pessoas hoje agonizam desesperadas dentro de um recasamento que lhes faz definhar a alma e a própria existência, porém, pelo que conhecemos de Deus através de seus tratos com o homem tanto no Velho como no Novo Testamento, dá para sabermos como Ele vê a situação dos que desafiam a sua vontade:  “porque você não me escutou quando falei, você não tem do que reclamar, pois, você está tendo exatamente aquilo pelo que o seu “duro coração” lutou”.
“Concedeu-lhes o que pediram, mas fez definhar-lhes a alma”.(Sl 106-15) – “Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia para a sua própria carne da carne colherá cor-rupção; mas o que semeia para o Espírito do Espírito colherá vida eterna”. (Gl 6:7,8)

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