Encarando os
fatos
Deixando a
bagagem e meu filho na casa dos meus pais, dirigi
de volta para casa.
Assim que
sentei no sofá com aquele pedaço de papel na mão,
não pude
acreditar no que estava vendo.
Mesmo sem
uma análise adequada dos hábitos irritantes de meu
marido, a minha lista parecia simplesmente
horrível.
O que eu
podia ver era um verdadeiro recorde de
Comportamentos mesquinhos, atitudes
vergonhosas
e reações destrutivas.
Gastei as
horas que se seguiram pedindo a Deus
que me perdoasse.
Pedi a Deus
força, orientação e sabedoria para as mudanças que
agora eu sabia que teriam que ocorrer em mim.
A medida que
continuava orando, percebi a maneira ridícula
com que estava me comportando.
Eu me
lembrava vagamente das transgressões que tinha escrito
para Fábio.
Era uma
lista completamente absurda.
Não havia
nada de tão horrível ou imoral nela.
Na verdade,
eu havia sido abençoada com um bom homem não
um homem perfeito, mas um bom homem.
Meus
pensamentos recuaram até cinco anos atrás.
Eu havia
feito um voto a Fábio.
Eu o amaria
e o honraria na saúde ou na doença.
Estaria com ele para o melhor e para o pior.
Eu havia
dito essas palavras na presença de Deus, da minha família
e dos nossos amigos.
E hoje, pela manhã, estava pronta para
abandoná-lo por causa
de
aborrecimentos triviais.
Neste
momento peguei o carro e voltei à casa de meus pais.
Eu estava
maravilhada de como me sentia tão diferente de quando
havia
chegado da primeira vez, de manhã, para encontrar minha mãe.
Agora me encontrava em paz; sentia-me
agradecida e aliviada.
Quando
peguei meu filho de volta, senti-me alarmada
ao pensar em como estava prestes a fazer uma
mudança
tão drástica em minha vida.
Meu egoísmo
quase custara a essa criança a oportunidade
de conviver todos os dias com um pai
maravilhoso.
Agradeci a
minha mãe, e rapidamente saí porta afora, de volta
para minha casa.
No horário em
que Fábio costumava chegar do trabalho, eu já havia desfeito a mala e esperava
por ele.
Um novo
olhar
Eu adoraria
poder dizer que Fábio mudou.
Mas isso não
aconteceu.
Ele ainda
faz as mesmas coisas que “me aborrecem,
me
envergonham e me deixam a ponto de explodir”.
Na verdade,
a mudança aconteceu comigo.
Daquele dia
em diante, me tornei responsável não apenas
por minhas ações em nosso casamento, mas
também por minhas reações.
Ainda me
recordo de um item da lista:
Fábio dormia
durante os cultos.
O momento em que ele começava a cochilar
sempre marcava
o fim do meu período de adoração.
Eu
acreditava que ele, de propósito, não tinha o menor
interesse na mensagem e meu pai era o pregador!
Eu não me
importava com o fato de Fábio não ser capaz
de permanecer acordado a qualquer hora por
longos períodos.
O tempo que ele gastava cabeceando de tanto sono
eu gastava
bufando de raiva.
Sentia-me
envergonhada no meio da Igreja.
Era uma
grande humilhação.
Tentava
imaginar por qual razão eu havia casado
com esse homem.
Certamente
ele não merecia uma esposa tão boa quanto eu!
Somente
agora podia enxergar claramente como eu era.
Meu orgulho
estava atrapalhando uma parte muito importante
da minha
vida: a minha adoração.
Agora,
quando Fábio cochilava na igreja, eu gastava esse momento
em oração e agradecimento.
Desviava os meus olhos dele dormindo e de mim
mesma,
Para concentrar
o meu olhar apenas em Deus.
Em vez de
deixar a igreja furiosa, passei a sair cheia de alegria.
Não demorou
muito até que Fábio percebesse a diferença.
Ele comentou durante um almoço de domingo:
“Você parece
estar gostando mais dos cultos ultimamente.
Eu já estava
começando a pensar que você não gostava do pregador.” Meu instinto imediato seria
contar-lhe como ele havia arruinado tantos cultos que assisti.
Mas, ao contrário, aceitei seu comentário sem
erguer minhas defesas.
TEM
CONTINUAÇÃO.
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