Refazendo a
lista.
Tenho
refeito essa lista muitas vezes ao longo dos anos.
Continuo
pedindo perdão a Deus pelo meu comportamento patético e sabedoria para
vivenciar o meu casamento.
Quinze anos
depois desta experiência, Fábio, aos 49 anos, foi diagnosticado como portador
do Mal de Alzheimer.
Ele teve que
abrir mão de seu trabalho como professor, e assumi o sustento da família, o que
nos levou a dias de muitas tentativas e noites de muita preocupação.
Observá-lo
lutando para manter suas habilidades básicas diárias tem sido uma grande
inspiração tanto para mim quanto para nossos filhos.
Precisamos
depender de nossa fé para crer que Deus está no controle especialmente quando sentimos não ter controle
algum da situação. Temos procurado na Bíblia as respostas para estas questões difíceis de
entender.
Gastamos nosso
tempo com emoções que vão desde a raiva até a tristeza.
Perguntamo-nos,
“Por quê?”.
Nesses
momentos, clamamos a Deus e pedimos que nos dê a paz que excede a todo
entendimento.
Lamentavelmente,
existem dias em que minha paciência está quase esgotada mesmo sabendo que Fábio
não pode evitar certas coisas que me irritam.
Então,
percebo a minha responsabilidade em reagir com o amor que Deus tem me mostrado.
Clamo a Deus
e peço que ele ame Fábio através de mim porque sei que não sou capaz de amar Fábio da
maneira que Deus o ama.
Agradeci a
Deus muitas vezes por ter uma mãe que foi minha mentora espiritual.
Embora tenha
certeza de que se sentiu tentada a fazê-lo, naquele dia mamãe não me passou um
sermão ou me deu sua opinião sobre o meu comportamento.
O que ela
fez foi conduzir-me a descobrir a verdade que salvou o meu mais precioso bem:
meu
casamento.
Se não
tivesse aprendido a reagir como uma esposa cristã aos pequenos problemas de
Fábio, eu jamais seria capaz de reagir de maneira adequada aos grandes
problemas que hoje enfrentamos.
Ao chegar em
casa outro dia, meu filho me perguntou o seguinte:
Mãe, o que
vamos fazer quando papai não se lembrar mais de nós?
Bom, nós
vamos nos lembrar de quem ele é.
Lembraremo-nos
do pai e do marido que ele foi.
Vamos nos
lembrar de tudo que ele nos ensinou e da maneira maravilhosa com que ele nos
amava.
Respondi.
Depois que
meu filho saiu da sala, fiquei pensando neste homem que amou sua família e o
seu Deus.
Sorri comigo
mesma:
muitas das
minhas lembranças mais vívidas eram daqueles pequenos hábitos irritantes que me
levaram a fazer uma lista de defeitos anos atrás.
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